O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou este domingo, na Grande Sinagoga de Paris, que apreciou a “posição muito firme” dos líderes franceses contra “o novo antissemitismo e o terrorismo” em França.
Benjamin Netanyahu agradeceu a Lassana Bathily, o empregado muçulmano do supermercado parisiense de artigos judaicos que salvou, na sexta-feira, a vida de vários clientes, ajudando-os a esconderem-se do seu sequestrador, Amedy Coulibaly.
“O nosso inimigo comum é o Islão radical, extremista, não o Islão normal”, disse o chefe do Governo israelita, que hoje se juntou, em Paris, a vários líderes mundiais numa marcha em solidariedade com as vítimas do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo e que reuniu mais de um milhão de pessoas.
Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos em Paris, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos e começaram com o ataque ao semanário.
Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado de artigos judaicos, do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi igualmente morto durante a operação policial.
“Israel está, hoje, ao lado da Europa, mas gostaria que a Europa estivesse também ao lado de Israel”, assinalou Netanyahu, acrescentando que “aqueles que mataram e massacraram recentemente judeus numa sinagoga em Israel”, em novembro, em Jerusalém, “e aqueles que mataram judeus e jornalistas em Paris fazem parte do mesmo movimento global de terror”.
“Devemos condená-los da mesma maneira, devemos combatê-los da mesma maneira”, defendeu.
Netanyahu estendeu, novamente, o convite aos judeus franceses para que emigrem para Israel, um dia depois de ter dito que o país era a casa deles.
Os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, apontados como autores do atentado ao jornal Charlie Hebdo, do qual resultaram 12 mortos, morreram na sexta-feira na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se tinham barricado.
Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, tendo a polícia estabelecido “uma conexão” entre os dois jihadistas e o presumível assassino.