A Arábia Saudita lançou esta quarta-feira uma operação militar no Iémen contra os rebeldes chiitas Houthi, que ameaçam o governo local, admitiu embaixador saudita nos EUA, numa conferência de imprensa em Washington. “Faremos tudo para defender o governo legítimo”, disse aos jornalistas Adel al-Jubeir, conta o New York Times. Os EUA não estão diretamente envolvidos na operação, mas al-Jubeir admitiu que os dois países prepararam em conjunto a operação no Iémen.

Vamos por partes. Os Houthi, uma minoria religiosa do norte do Iémen, são apoiados pelo Irão. Mas, e porventura mais importante, contam também com o apoio das forças de segurança do país ainda leais ao antigo presidente Ali Abdullah Saleh, que caiu na Primavera Árabe e que estará a preparar terreno para um regresso. Os Houthis ocuparam em março a capital do país, Sanaa, obrigando o ex-presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, um aliado dos EUA na luta contra a al-Qaeda, a refugiar-se em Aden. Num gesto de apoio inequívoco, a Arábia Saudita transferiu a sua embaixada para Aden.

Forças aliadas dos rebeldes chiitas no Iémen apoderaram-se quarta-feira do aeroporto internacional de Aden, onde estaria escondido o ex-presidente Hadi. Fontes da diplomacia norte-americana disseram ao NYT que tentaram contactar Hadi, mas sem sucesso. Antes, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Hadi pedira a intervenção da Arábia Saudita, Egipto e outros Estados árabes contra a ofensiva dos Houthis. Um outro ministro avisou que a queda de uma grande cidade do sul do país marcaria o “início” de uma guerra civil.

O embaixador, em Washington, referiu que a ofensiva saudita reúne outras dez nações, embora não especifique quem. O El País, citando a cadeia televisiva Al Arabiya, informa que os aliados serão os Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Catar, Jordânia, Marrocos, Egipto e Paquistão. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, terão colocado à disposição do exército saudita 30 aviões de combate, enquanto o Kuwait e o Bahrein emprestaram 15 cada um e a Jordânia seis. Os restantes países ofereceram forças terrestres e navais. A toda esta coligação militar, juntam-se 100 aviões de guerra e 150 mil soldados pertencentes ao exército da Arábia Saudita.

Os Estados Unidos não estarão diretamente envolvidos, mas, admite Adel al-Jubeir, trabalharam “de forma muito próxima” com a Arábia Saudita antes de a ofensiva ser colocada em marcha. O NYT informa ainda que o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança admitiu que os EUA estão a fornecer informações e logística para apoiar a operação. Barack Obama autorizou, aliás, uma célula conjunta com os sauditas para planeamento e coordenação da missão.

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