Vários altos responsáveis tunisinos, entre eles o governador de Sousse, foram demitidos depois do atentado de 26 de junho, no qual morreram 38 turistas, disse à Agência France Presse (AFP) um assessor do primeiro-ministro da Tunísia.

Assim “como houve falhas de segurança, houve falhas políticas”, afirmou Dhafer Néji, assessor de comunicação do primeiro-ministro, acrescentando que o governador de Sousse, região onde ocorreu o atentado, foi demitido das suas funções.

A 26 de junho, Seifeddine Rezgui, um tunisino de 23 anos, tirou uma metralhadora Kalashnikov de dentro de um guarda-sol e começou um massacre na praia e junto à piscina de um hotel de Sousse, provocando a morte a 38 turistas, entre os quais uma portuguesa. A maioria das vítimas mortais era de nacionalidade britânica.

Segundo Dhafer Néji, vários responsáveis da polícia também foram demitidos, entre eles três de Sousse, um de Gaafour (no noroeste da Tunísia), a cidade de onde é originário o ‘jihadista’ responsável pelo ataque da praia de Port El Kantaoui, e um Kairouan (no centro), onde o jovem estudava.

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Após o ataque, as críticas à forças de segurança – que demoraram cerca de meia hora a intervir, de acordo com várias testemunhas — multiplicaram-se na Tunísia.

As autoridades admitiram na sexta-feira, pela primeira vez, o fracasso dos serviços de segurança, com o primeiro-ministro a reconhecer que a polícia foi lenta a agir.

No espaço de três meses, 59 turistas estrangeiros foram mortos na Tunísia: 38 em Port El Kantaoui e 21 num atentado realizado a 18 de março no museu de Cardo, em Tunes. Os dois ataques foram reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Perante estes ataques e o aumento da ameaça ‘jihadista’ no país, o presidente tunisino Béji Caïd Essebi decretou hoje estado de emergência no país.