O primeiro-ministro grego já começou a discutir a estratégia para as próximas eleições e atacou os rebeldes que saíram do seu partido, acusando-os de fugir à realidade. Tsipras diz que quer uma esquerda radical moderna, sem tiques reacionários. O secretariado político do Syriza já se reuniu sem os elementos da Plataforma de Esquerda.

Quando esta sexta-feira o ex-ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, anunciou a saída do Syriza, juntamente com outros 24 deputados, para formar um novo partido, o Unidade Popular, ninguém ficou espantado.

Depois de meses a opor-se internamente à viragem ao centro de Alexis Tsipras, de Lafazanis até se conheceu um plano secreto para empurrar a Grécia para fora do euro, com contornos novelescos que envolviam a apreensão das reservas de notas do banco central e até a prisão do seu governador.

O novo partido vai a eleições com praticamente as mesmas promessas que o Syriza de Alexis Tsipras fez ao eleitorado grego em janeiro, mas com uma insistência na saída do euro que o partido não tinha. Com a decisão de Lafazanis, Tsipras perde definitivamente a maioria no Parlamento, mas as eleições devem chegar em breve.

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Mas Alexis Tsipras não esperou muito para responder à sua oposição (que era) interna, e convocou o seu secretariado político, já sem os membros da Plataforma de Esquerda que saíram para formar o novo partido.

Estes membros mais radicais acusam Tsipas de partir o Syriza. Tsipras respondeu, segundo o jornal grego Kathimerini, acusando-os de fugirem à realidade: “Não é revolucionário fugir à realidade ou criar uma realidade virtual. O que é revolucionário é encontrar caminhos onde eles não existem”.

Alexis Tsipras diz que quer criar uma nova relação ente o Syriza e a sociedade que o apoia e estabelecer uma identidade política e ideológica de uma esquerda radical contemporânea, “purgada de resquícios reacionários e delírios”.