A Casa Branca emitiu um comunicado com a reação de Donald Trump ao lançamento do míssil por parte da Coreia do Norte, esta segunda-feira, que chegou a sobrevoar o norte do Japão. O Presidente dos EUA refere que “todas as opções estão em cima da mesa”.

“O mundo recebeu alto e bom som a última mensagem da Coreia do Norte: o regime deixou claro o desprezo que tem pelos seus vizinhos, por todos os membros da Nações Unidas e pelos mínimos padrões do que é um comportamento internacionalmente aceitável”, lê-se no comunicado, citado pelo Politico.

Sem se comprometer com uma resposta em concreto, Donald Trump acabou por deixar tudo em aberto: “Ações ameaçadoras e desestabilizadoras só aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo. Todas as opções estão em cima da mesa”.

Coreia do Norte arrisca mais do que nunca e lança míssil que sobrevoa o Japão

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Esta terça-feira haverá uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocada pelos EUA e pelo Japão. A 5 de agosto, aquele órgão já tinha aprovado a Resolução 2371 que impôs sanções à Coreia do Norte após o lançamento de outros mísseis balísticos pelo regime de Pyongyang e num contexto de repetidas ameaças de Kim Jong-un.

Japão e EUA, aliados com acordo de defesa mútua, estão “100% de acordo”

As declarações de Donald Trump surgem depois de o Presidente dos EUA ter falado durante 40 minutos com o primeiro ministro japonês Shinzo Abe, pouco depois de a Coreia do Norte ler lançado o míssil. De acordo com Shinzo Abe, dessa conversa resultou que os dois países estão “100% de acordo” em relação ao que deve ser a resposta à Coreia do Norte: “Ambos concordamos totalmente que deve ser aumentada a pressão contra a Coreia do Norte ao convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU”.

“O Governo vai colaborar com a comunidade internacional nas Nações Unidas para fortalecer a pressão contra a Coreia do Norte”, garantiu Shinzo Abe. “Vai haver uma cooperação entre o Japão, os EUA e a Coreia do Sul. Também vamos abordar a China, a Rússia e a comunidade internacional para exercer pressão para a Coreia do Norte mudar de política.”

Além disso, de acordo com Shinzo Abe, Donald Trump terá dito que “os EUA estão 100% ao lado do Japão” e sublinhou o “forte compromisso” de Washington D.C. com a defesa do Japão. O Japão e os EUA têm em vigor desde 1960 um acordo de defesa mútua. O tratado define que os EUA devem defender o Japão caso este seja atacado. Em troca, os EUA podem usar bases militares em território japonês.

“Fogo e fúria” ou “pressão pacífica?”

A 8 de agosto, depois de a Coreia do Norte ter ameaçado que podia bombardear Guam (uma ilha no Pacífico onde vivem 160 mil pessoas e que pertence aos EUA), Donald Trump deixou uma mensagem a Pyongyang: “É bom que a Coreia do Norte não faça mais ameaças contra os EUA. Eles vão receber fogo e fúria como o mundo nunca viu”.

Na ausência de novos lançamentos de mísseis norte-coreanos, 15 dias depois, a 23 de agosto, Donald Trump discursava em Phoenix, no Arizona, dando sinal de um aparente volte-face norte-coreano. “Eu respeito o facto de ele [Kim Jong-un] começar a respeitar-nos”, disse, tendo em conta as suas declarações feitas uma quinzena antes. “E talvez — provavelmente não, mas talvez — algo positivo possa resultar daí”, acrescentou.

Os últimos desenvolvimentos demonstram que o líder norte-coreano não se terá deixado inibir pelas promessas de “fogo e fúria” dos EUA.

Numa entrevista transmitida pela Fox News no domingo, sensivelmente 24 horas antes do lançamento do míssil norte-coreano desta segunda-feira, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, referiu que a Coreia do Norte “não estava pronta para recuar totalmente na sua posição”. “Ainda assim, vamos continuar a manter a nossa campanha de pressão pacífica, trabalhando com aliados, também com a China, para ver se conseguimos trazer o regime de Pyongyang à mesa das negociações.”