À hora marcada para o início da manifestação, proibida na quarta-feira pelo Governo espanhol, algumas dezenas de republicanos tentaram protestar na Porta do Sol, ainda vedada e protegida por polícias. Transportando bandeiras tricolores, repetem durante cerca de 20 minutos palavras de ordem como: “Felipe VI é Franco III”, “Esta bandeira é a verdadeira” e “Felipe quien te ha votado?”.

Ao fim desse tempo, a parte da praça que era possível ocupar encheu-se. No local estavam algumas centenas de pessoas. O El País fala em 200 manifestantes. Houve alguns empurrões entre a polícia e os manifestantes, que gritavam: “Basta já de estado policial”. Foram presas cinco pessoas no final da tarde de quinta-feira. Entre elas está Jorge Vestringe, professor de Ciência Política na Universidade Complutense e antigo número dois da Aliança Popular que atualmente está próximo do Podemos. Vestringe é presença constante nos meios de comunicação espanhóis e esta semana deu uma entrevista ao Observador.

Tomi Chavez Martins, 63 anos, pertence ao movimento Memória Histórica, e todas as quintas-feiras marca presença na Porta do Sol para reivindicar informações sobre os desaparecidos do franquismo. O avô de Tomi Chavez Martins foi levado de sua casa em 1936 e nunca mais apareceu. O seu protesto é também um protesto contra a monarquia. “Franco impôs uma ditadura que durou 40 anos e que continua porque o rei Juan Carlos foi escolhido por Franco”, diz.

À semelhança do que acontecera durante a manhã, a polícia encaminhou os manifestantes à praça Tirso de Molina, onde acabaram por dispersar. Segundo o El País, houve manifestações semelhantes em cidades como Corunha, onde 3000 pessoas pediram um referendo à forma de Estado e em Barcelona onde o protesto contou com uma centena de manifestantes.

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