O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, vai avançar com a reestruturação corporativa do grupo Águas de Portugal (AdP), incluindo a extinção de empresas e chefias, anunciou nesta quarta-feira o governante.

“Vamos trabalhar ao nível da reorganização corporativa [do grupo AdP], fundindo empresas, extinguindo outras empresas, reduzindo de uma forma muito significativa o número de administradores, diretores e coordenadores, mas também reduzindo os custos operacionais e alguns custos intermédios como subcontratações”, explicou o ministro, no final de um almoço organizado pela Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA), em Lisboa.

Jorge Moreira da Silva adiantou que a apresentação do novo plano está prevista “para as próximas semanas” e deverá acontecer em paralelo com o anúncio da reestruturação territorial do grupo AdP. Neste aspeto, está em causa “a reorganização territorial dos multissistemas da AdP, passando de 19 sistemas para quatro ou seis”, lembrou, em declarações aos jornalistas após o final do almoço.

O ministro indicou também que o plano de reestruturação corporativa tem estado a ser trabalhado com base “em versões sucessivas” de propostas da AdP pedidas pelo Governo nesse domínio. “O trabalho que tenho feito com a AdP é procurar que não se limite a reorganização do setor apenas às câmaras municipais, mas que também se possa consolidar ao nível das áreas corporativas que podem prestar serviços partilhados. Essa consolidação é essencial para reduzirmos custos”, sublinhou.

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Moreira da Silva explicou também que o plano de reestruturação dos multissistemas municipais já está concluído e em condições de ser divulgado, mas prefere não o fazer enquanto não tiver “uma noção do que é que vai ser o grupo Águas de Portugal, empresa a empresa”.

Durante a sua intervenção no almoço, o ministro do Ambiente lembrou que pretende uma “mudança de paradigma” no setor das águas em Portugal, que passe a ter mais atenção à reestruturação dos ativos e não já tanto à infraestruturação.

Eficiência, sustentabilidade económico-financeira e coesão territorial são os três pilares sobre os quais o ministro disse querer trabalhar, no âmbito da atual reorganização. Este processo não deverá incluir a privatização da AdP, a que a direção da AEPSA se opõe, e que Jorge Moreira da Silva afirmou que não vai fazer. “Não equaciono a privatização do setor”, garantiu.