Os especialistas internacionais que andavam à procura dos restos do avião da Malaysia Airlines, abatido em julho no leste da Ucrânia, tiveram de abandonar este sábado o local do acidente devido a bombardeamentos, segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Os inspetores ouviram tiros a uma distância de cerca de dois quilómetros e outros mais perto.
“Estavam suficientemente próximos para decidirem que tinham de abandonar o local, o impacto dos tiros de artilharia era muito barulhento e o chão tremeu”, disse aos jornalistas o vice-chefe da missão na Ucrânia da OSCE, que supervisiona os especialistas.
Alexandre Huf garantiu que o acesso à área tinha sido aceite pelos separatistas pró-russos, que controlam a zona onde o avião se despenhou, adiantando que ainda é muito cedo para afirmar se “nesta fase” foi violado o cessar-fogo prometido pelas forças ucranianas e rebeldes.
“O som dos combates é muito perto e decidiram retirar-se (…), o risco era muito alto”, acrescentou.
Os quatro peritos holandeses e australianos, acompanhados por observadores da missão da OSCE, chegaram ao local da queda do avião da Malaysia Airlines esta semana, mas os combates têm impedido a sua deslocação.
A OSCE tem como missão facilitar o trabalho dos investigadores da queda do “Boeing” malaio, abatido por um míssil numa zona controlada pelos separatistas pró-russos, causando 298 mortos a 17 de julho.