O Presidente norte-americano, Barack Obama, “ainda não tomou uma decisão” quanto a eventuais ataques aéreos norte-americanos na Síria para combater os ‘jihadistas’ do Estado Islâmico, indicou esta segunda-feira o seu porta-voz Josh Earnest. Os Estados Unidos, que bombardeiam os ‘jihadistas’ no Iraque há duas semanas, colocaram na semana passada a hipótese de ataques na Síria.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Walid Muallem, sublinhou esta segunda-feira que qualquer ataque norte-americano contra os ‘jihadistas’ no seu território deverá ser coordenado com o executivo, sob pena de ser considerado uma agressão e uma violação da sua soberania.

Earnest referiu-se a notícias de que o Pentágono tem estado a preparar opções para a ação militar dos Estados Unidos na Síria, afirmando que é o trabalho do Estado-Maior das Forças Armadas norte-americanas fazer planos para todos os tipos de cenário. “O Presidente ainda não tomou qualquer decisão sobre ordenar ação militar na Síria”, disse o portav-voz, antes de Obama se reunir com o secretário da Defesa, Chuck Hagel, para discutir assuntos como a situação no Iraque e a ameaça que o Estado Islâmico representa.

O porta-voz da Casa Branca não respondeu diretamente a um comentário do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, segundo o qual este estaria disposto a trabalhar com os Estados Unidos para “combater o terrorismo” dentro da Síria, numa referência às forças do Estado Islâmico a que se opõem tanto Washington quanto Damasco. Washington tem repetidamente instado Assad a abandonar o poder, acusando-o de violação dos direitos humanos numa guerra civil que já matou pelo menos 190.000 pessoas.

O porta-voz deu ainda a entender que, se Obama decidir lançar ataques sobre território sírio, não sentirá necessidade de informar o Governo de Damasco. “O Presidente já demonstrou disponibilidade no que era preciso… para usar a força militar para proteger o povo norte-americano, independentemente das fronteiras”, declarou. “Isto é evidente desde que o Presidente ordenou a missão para apanhar Usama bin Laden: os Estados Unidos não foram convidados a entrar pelo Governo paquistanês, foi uma decisão que o Presidente tomou para apanhar Bin Laden”, concluiu.

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