O Banque Privée Espírito Santo (BPES) está sob investigação na Suíça, revelou nesta quarta-feira a autoridade suíça de vigilância dos mercados financeiros (FINMA), em comunicado. A FINMA abriu um processo de investigação contra o BPESo “no final de agosto de 2014. O foco da investigação é a distribuição de títulos e de produtos financeiros do Grupo Espírito Santo” (GES), lê-se no comunicado oficial.

A FINMA pretende “determinar o papel da sociedade suíça BPES na distribuição de títulos e de produtos financeiros do GES”, já que o banco privado está neste momento em liquidação voluntária. A autoridade suíça também irá averiguar se houve violação do direito de vigilância e analisar a influência dos proprietários do banco nas atividades na Suíça.

Um responsável de investigação foi nomeado, mas a FINMA não pode dar mais informação sobre a investigação em curso. O BPES é uma instituição detida a 100% pela Espírito Santo Financial Group, ‘holding’ que controla 20,1% do Banco Espírito Santo (BES).

O BPES já emitiu um comunicado a informar que está totalmente disponível para colaborar com as autoridades suíças no esclarecimento dos factos e que aguarda, com serenidade, o resultado da investigação da FINMA. A instituição também avançou que continuará a tomar todas as medidas ao seu alcance para salvaguardar os interesses dos clientes que têm exposição às empresas do Grupo Espírito Santo.

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“A gestão do BPES sempre se pautou de forma correta e transparente, cumprindo as normas e preceitos legais, regulamentares e de conduta aplicáveis, à atividade bancária, tanto na Suíça como em Portugal”, lê-se no comunicado.

No dia 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.