É um dos principais problemas práticos que está por resolver desde que, há um mês, o BES foi dividido em dois e nasceu o Novo Banco: os detentores de papel comercial vendido ao balcão do velho BES ainda não sabem se e como terão direito a reaver o investimento que fizeram em papel comercial – apesar das garantias que receberam nesse sentido, ainda antes da resolução do início de agosto.

Agora, o Novo Banco e a sua administração propuseram que essas aplicações (em títulos de dívida da Espírito Santo International ESI e da RioForte) sejam convertidas em depósitos, solução que permitiria ao banco defender a liquidez da instituição, diz esta quarta-feira o Jornal de Negócios. A solução está a ser estudada pelo Banco de Portugal, que precisa de a autorizar. Mas não é a única hipótese em cima da mesa neste momento.

Sem dar garantias aos clientes que terão direito a reaver o investimento feito, a administralção de Vítor Bento mostrou-se já determinada “em comprar aos clientes de retalho do Novo Banco o papel comercial da ESI e Rioforte, subscritos na rede de retalho do BES até 14 de Fevereiro de 2014”. A condição colocada pela regulador foi de que a solução do Novo Banco não colocasse em causa os “rácios de capital e posição de liquidez” da instituição. Certo é que o Novo Banco ficou, na divisão de contas com o velho BES, com uma verba para assegurar precisamente este reembolso dos clientes de retalho.

Segundo o Negócios, em causa estão 255 milhões de euros aplicados em dívida da ESI, mais 366 milhões em títulos da RioForte. No final de junho, estavam ainda investidos 459 milhões em instrumentos de outras empresas do GES, num total de 1.080 milhões. De lado, nas contas do antigo BES, estavam 856 milhões para fazer face a estes reembolsos.

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