Pedro Passos Coelho considera que existe a necessidade de se reforçar a rede pré-escolar. Durante a intervenção que fez na sessão solene de abertura do ano letivo, o primeiro-ministro assinalou que é preciso alargar a rede existente, bem como melhorar as suas condições, para incentivar os jovens casais a terem filhos.

“É verdade que [a rede pré-escolar] já teve uma dimensão muito significativa”, em parte graças aos protocolos estabelecidos entre o Estado e diversas instituições de solidariedade social durante muitos anos. Mas “o reforço da rede pré-escolar (…) tem de ser mais alargado ainda, na medida em que um dos aspetos que tem caracterizado o nosso declínio demográfico está associado à falta de condições que são oferecidas aos jovens casais”, explicou o primeiro-ministro, referindo-se a uma das conclusões do relatório “Estado da Educação”, publicado este sábado, segundo o qual uma família de classe média acaba por pagar mais por uma creche do que por um curso superior.

Para Passos Coelho, o relatório lança outros alertas para os quais é importante olhar. Em particular, a “progressiva menor procura por cursos de base tecnológica nos candidatos ao ensino superior”. “Se é verdade que estamos satisfeitos por, pela primeira vez, termos conseguido um número de candidatos superior em relação ao ano anterior, na verdade preocupa-me que uma das áreas mais importantes para o nosso modelo económico, as áreas com pendor mais tecnológico, sejam as que têm uma procura menor”, afirmou, acrescentando, ainda, que tem receio “que possa haver um desvio que seja depois difícil de colmatar e que possa pôr em causa a estratégia económica”.

Em conclusão, o primeiro-ministro considerou que “o sistema educativo não pode andar aos solavancos e a cada impulso reformista a cada governo que passa”. Se é verdade que “essas marcas demoram muito tempo a desaparecer, o esforço coletivo que temos vindo a fazer ao longo dos anos para recuperar esse atraso tem méritos partilhados”. “Sabemos melhor do que ninguém que aumentar a chamada salsicha educativa não é a mesma coisa que um bom resultado educativo. Foi assim no passado, a generalização dos novos graus de ensino não correspondeu a um salto qualitativo mais exigente no produto escolar”, concluiu.

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