As análises efetuadas à enfermeira australiana que esteve destacada na Serra Leoa foram negativas quanto à presença do vírus ébola, mas a especialista vai continuar sob observação, revelaram fontes oficiais do país.

Sue Ellen Kovack, de 57 anos, regressou no último fim de semana à Austrália depois de ter estado um mês com a Cruz Vermelha Internacional no país africano e vai ficar sob observação no hospital onde quarta-feira foi submetida a um exaustivo programa de análises ao ter manifestado sintomas de febre.

“Trata-se de uma medida preventiva dado que a paciente esteve na África ocidental e teve febre no período de possível incubação do vírus de 21 dias”, disse a responsável pela área da Saúde no estado de Queensland, Jeannette Young.

A mesma responsável adiantou que “seguindo todos os procedimentos e para o bem” de Sue Ellen Kovack, as autoridades pretendem garantir que não está infetada com o vírus ébola ou outra doença. “Na realidade não podemos descartar [o vírus] neste momento porque está ainda dentro do período de 21 dias de incubação”, acrescentou Jeannette Young ao explicar que a enfermeira está no décimo dia deste período de tempo e que é ainda passível da doença.

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Já Peter Dutton, o ministro australiano da Saúde, disse terem sido feitos, até agora, 11 testes de despistagem do vírus ébola a cidadãos australianos. Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde, a epidemia de ébola já causou a morte de mais de 3.860 pessoas num conjunto de oito mil infetados.

A Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são os países mais atingidos pela epidemia, que também já causou mortes na Nigéria, Estados Unidos e Espanha. Existe também um outro surto de ébola na República Democrática do Congo, que já causou 43 mortos, mas as autoridades médicas referem que não está relacionado com os casos na África Ocidental.

O ébola, que se transmite por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados, é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.