O défice orçamental nos primeiros nove meses do ano atingiu os 3.989,8 milhões de euros, menos 1421 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado. Desta redução do défice, apenas 5% diz respeito a redução na despesa.

Cerca de 75 milhões de euros foi a contribuição da despesa para a redução do défice nos primeiros nove meses do ano face a período homólogo de 2013, de acordo com o comunicado do Ministério das Finanças sobre a execução orçamental dos primeiros nove meses do ano, que é hoje divulgada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

O valor total de redução do défice atinge os 1,4 mil milhões de euros face ao ano passado. Destes, 75 milhões dizem respeito a redução de despesa (5,3% do total), e 1374 milhões de euros a aumento da receita (94,7%).

O défice caiu 695,9 milhões de euros entre agosto e setembro, mas face ao final do segundo trimestre está apenas 202,2 milhões de euros abaixo.

Despesas com pessoal sobem 10%

A despesa consolidada da Administração Central aumentou 3,8% até setembro face aos primeiros nove meses de 2013, mas as despesas com pessoal (Administração Central e Segurança Social) subiram 10%. O valor da despesa está inflacionado ainda pelo perfil de pagamentos aos funcionários públicos do subsídio de férias.

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O ano passado o subsídio de férias foi pagão apenas em novembro, mas este ano está a ser pago na altura devida, em junho e julho. Como tal, será preciso chegar ao final do ano para esta diferença intra-anual se anular.

A despesa com a aquisição de bens e serviços da administração central estabilizou face há um ano, aumentando 7 milhões de euros, em 7.148,6 milhões de euros.

Os gastos do Estado com juros da dívida pública, incluindo os empréstimos da troika, aumentaram 142,2 milhões de euros face aos primeiros nove meses do ano passado, um aumento de 3%.

Quase mais mil milhões em IRS

A receita fiscal continua a ser o fator principal para conseguir reduzir o défice público e o IRS o que mais contribui: 939,3 milhões de euros face há um ano, ou, 11,8% de crescimento.

O imposto arrecadado com IRC continua mais baixo que há um ano – menos 85,1 milhões de euros -, sendo que a taxa cobrada também caiu dois pontos percentuais (à semelhança do que deverá acontecer no próximo ano).

No caso do IVA, o aumento pode ser menor (736,9 milhões de euros) mas este continua a ser o imposto que dá mais receita: 10.283 milhões de euros até setembro.

Os únicos impostos que ainda estão abaixo da coleta registada nos primeiros nove meses de 2013 são o IRC e o Imposto de Selo.