A Coreia do Norte libertou este domingo os dois últimos cidadãos norte-americanos, que estavam detidos naquele país há dois anos e há sete meses, respetivamente, anunciou fonte da administração dos Estados Unidos.

O gabinete do diretor nacional de Inteligência norte-americano, James Clapper, anunciou a libertação de Kenneth Bae e Matthew Todd Miller, depois de há algumas semanas o regime de Pyongyqang ter também permitido o regresso ao seu país de um outro cidadão norte-americano, Jeffrey Fowle.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, aplaudiu a libertação dos dois homens e elogiou o empenho do diretor nacional de Inteligência, James Clapper, no caso.

“É um dia maravilhoso para eles e para as suas famílias. Obviamente estamos muito gratos pelo seu regresso seguro e agradeço ao diretor Clapper, que fez um grande trabalho naquela que era, obviamente, uma missão muito complexa”, disse o governante, em declarações aos jornalistas durante a nomeação de Loretta Lynch como ministra da Justiça do país.

Num comunicado anterior, o Governo norte-americano aplaudira a decisão do regime de Kim Jong-il e agradeceu aos seus aliados internacionais, em particular ao Governo da Suécia, “pelos seus incansáveis esforços para ajudar a garantir a sua libertação”.

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Kenneth Bae, condenado a 15 anos de trabalhos forçados na Coreia do Norte, cumpriu há dias dois anos de prisão naquele país.

Missionário protestante e de origem sul-coreana, o homem foi detido em 2012 quando trabalhava na divulgação religiosa, mas o regime norte-coreano condenou-o por um crime descrito como “intenção de derrocar o regime”.

Pelo seu lado, Miller foi condenado em setembro passado a seis anos de trabalhos forçados pelo Tribunal Supremo do país, que considerou que cometeu “atos hostis” contra a Coreia do Norte, onde foi detido há sete meses.

O jovem, com 24 anos, viajou como turista para Pyongyang e foi preso a 26 de abril pelo seu “comportamento agressivo”, depois de ter rasgado o seu visto de turista e ter gritado que iria pedir asilo naquele país asiático.

A 21 de outubro, a Coreia do Norte libertou um outro norte-americano, Jeffrey Fowle, e alegou que tal ocorreu em resposta aos “pedidos reiterados” de Barack Obama.

O homem fora detido em maio passado depois de as autoridades norte-coreanas o terem acusado de deixar uma bíblia no quarto do hotel.

O governo norte-americano recomenda aos seus cidadãos que não viajem para a Coreia do Norte por motivos de segurança. Nos últimos cinco anos, oito norte-americanos foram detidos pelas autoridades de Pyongyang, obrigando a complexas rondas de negociações diplomáticas para obter a sua libertação.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou hoje a sua satisfação pela libertação dos dois homens e agradeceu a decisão às autoridades de Pyongyang, apelando a que se continue a aproveitar o atual momento positivo para a melhoria das relações e a paz e segurança na península da Coreia.