Alberto João Jardim admitiu na sexta-feira a hipótese de assumir o seu lugar na Assembleia da República e reafirmou que colocará o cargo de presidente do Governo Regional à disposição do representante da República a 12 de janeiro.

“Pode-se colocar. Eu estou eleito tanto para a Assembleia Legislativa da Madeira como para a Assembleia da República”, respondeu Alberto João Jardim ao ser questionado sobre a hipótese de vir a desempenhar funções de deputado no parlamento em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas à chegada ao Funchal, proveniente de Bruxelas, onde participou numa reunião do Comité das Regiões, Jardim disse que o “representante da República tem de se entender com o novo líder partidário”.

Jardim afirmou ainda que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, sabe o que vai fazer “neste momento”. “Eu quando me encontro com o senhor Presidente da República entro pela porta de trás, nunca entro pela porta da frente, que é a maneira de eu poder conversar à vontade”, afirmou.

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Embora a possibilidade de assumir um lugar de deputado na Assembleia da República ser uma hipótese, Alberto João Jardim disse que não sabe se vai concretizar-se. “Se houver eleições antecipadas [na Madeira], este Governo vai ter de ficar em gestão, pelo menos até à Páscoa, portanto essa hipótese de ir assumir funções ou de não ter pachorra de ir assumir qualquer função na Assembleia da República ou na Assembleia Legislativa da Madeira não se põe para já”, declarou.

Sobre as eleições internas no PSD/Madeira, às quais se apresentam seis candidatos a líder, Jardim disse que não gostaria de ver o partido “nas mãos da maçonaria”, nem “nas mãos de pessoas que nas últimas eleições autárquicas mandaram votar na oposição”, nem “nas mãos das pessoas que são cúmplices da política errada que se faz em Lisboa”.

No entanto, assegurou que vários dos candidatos merecem o seu voto, realçando que quem for eleito, “seja ele quem for”, deve ter por primeiro objetivo a tarefa de unir o partido. “Se ele não conseguir unir o partido, o meu dever é ajudar nessa união”, declarou, afirmando que se não houver esse esforço de união “já está dado um mau sinal e é um mau sinal que vai implicar uma derrota eleitoral a seguir”.

Alberto João Jardim desvalorizou, por outro lado, a questão dos deputados de PSD/Madeira na Assembleia da República, alvo de ação disciplinar por terem votado contra o Orçamento do Estado para 2015. O líder social-democrata madeirense referiu-se em particular a Guilherme Silva, dizendo que “tem todas as qualidades e pleno direito para ser vice-presidente da Assembleia da República”.

“Não é nenhum [Luís] Montenegro deste mundo que o vai demitir”, afirmou Alberto João Jardim, referindo-se ao líder parlamentar do PSD. “Esses meninos, que são profissionais da política, que tenham é todos juízo, porque, infelizmente, quem precisava neste momento de um processo interno, como fez o PS, era o PSD”, acrescentou.