O Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, garantiu que “vai fazer tudo ao seu alcance” para encerrar a prisão de Guantánamo, em Cuba, nos últimos dois anos de mandato, que termina em 2016.
Em entrevista à CNN, Barack Obama prometeu acabar com aquilo que acredita ser um símbolo que “inspira jihadistas e extremistas em todo o mundo” e que “é contrário aos nossos [EUA] valores”.
“Penso que não faz sentido gastarmos milhões de dólares por indivíduo, quando temos uma maneira de resolver este problema mais coerente com os nossos valores”, sustentou Barack Obama.
Os Estados Unidos já transferiram vários detidos de Guantánamo para países que se mostraram disponíveis para os acolher. Ainda assim, o encerramento definitivo da prisão militar – uma das maiores bandeiras de Obama quando se candidatou às presidenciais em 2008 – é um plano a médio-longo prazo e o processo será conduzido de forma gradual. Para acelerar o processo, a Administração de Obama tentou, inclusivamente, fazer passar uma medida que previa a transferência desses prisioneiros para prisões de alta segurança nos Estados Unidos, mas a maioria republicana no Congresso rejeitou essa proposta.
Mesmo admitindo que existem “alguns casos muito difíceis” de resolver, como aqueles que envolvem prisioneiros “que nós sabemos que fizeram algum coisa errada e que continuam a ser perigosos”, Obama tem intenção de acelerar as transferências desses presos e o encerramento definitivo da prisão – este sábado (20), o Departamento da Defesa norte-americano anunciou que ia libertar e repatriar quatro prisioneiros afegãos detidos há mais de dez anos na prisão de Guantánamo, em Cuba.
Ataque à Sony não foi um “ato de guerra”, considera Barack Obama
O Presidente norte-americano pronunciou-se, também, sobre o ataque informático à Sony Pictures, que o FBI acredita ter sido perpetrado pela Coreia do Norte. Obama preferiu descrever o ato como “cibervandalismo” e não como um “ato de guerra”, mas voltou a mostrar-se desagradado com a decisão da Sony de cancelar a estreia do filme “The Interview”.
O grupo de hackers “Guardians of Peace” prometeu organizar um ataque com consequências semelhantes às do 11 de setembro aos cinemas que reproduzissem o título da Sony, o que levou o estúdio cinematográfico a cancelar a estreia agendada para o dia 25 de dezembro. Obama acredita que a Sony cometeu um erro ao tomar essa decisão e ao ter cedido perante as ameaças dos piratas informáticos.
O Presidente dos Estados Unidos lembrou, a propósito, a decisão de realizar a maratona de Boston em 2014, mesmo depois do atentado que vitimou três pessoas e fez mais de 260 feridos.“É a forma que temos de marcar a nossa posição e mostrar que não seremos intimidados por cyberhackers” e outro tipo de ameaças, sublinhou Barack Obama.
O líder americano falou, ainda, sobre a crise na Rússia e aquilo que acredita ser a consequência da posição assumida pelos Estados Unidos nas sanções impostas ao país liderado por Vladimir Putin.
“Houve várias histórias sobre o facto de Putin ser um mestre de xadrez a manobrar o Ocidente, a manobrar Obama, mas neste momento ele está a enfrentar o colapso da sua moeda, uma grande crise financeira e uma enorme contração económica. Ora isto não me parece que seja de alguém que me tenha enganado ou enganado os Estados Unidos”, concluiu Barack Obama.