O líder da milícia xiita do Iémen, que nesta terça-feira tomou o palácio presidencial em Sanaa, declarou esta noite que o seu movimento está preparado para enfrentar “qualquer medida” que seja adotada pelo Conselho de Segurança da ONU. “Digo ao Conselho de Segurança da ONU: vocês não retirarão qualquer vantagem de qualquer medida que queiram adotar”, disse Abdel Malik al-Huthi num discurso televisivo, acrescentando: “Estamos preparados para enfrentar as consequências, quaisquer que elas sejam”.

O Conselho de Segurança decretou, em novembro último, sanções contra dois dos comandantes militares da milícia xiita e também depôs o então Presidente, Ali Abdullah Saleh, que é acusado de apoiar os rebeldes. A longa intervenção televisiva de Huthi deu-se depois de o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ter apelado para um cessar-fogo imediato no Iémen, depois de a milícia xiita ter tomado hoje o palácio presidencial, na capital iemenita.

Ban Ki-moon declarou-se “muito preocupado”, após uma reunião do Conselho de Segurança à porta-fechada para ouvir um relato do seu enviado especial sobre uma aparente tentativa de derrubar o atual Presidente, Abdo Rabu Mansur Hadi, O responsável das Nações Unidas instou “todas as partes a cessarem imediatamente as hostilidades, a usarem da maior contenção e a darem os passos necessários para restaurar a total autoridade das instituições governamentais legítimas”.

Abdel Malik al-Huthi “aconselhou” igualmente o chefe de Estado iemenita a aplicar o acordo de paz alcançado em setembro passado e advertiu-o de que zelará pelos interesses dos iemenitas, porque as suas aspirações “não têm fronteiras”. O jovem líder da milícia xiita, de 33 anos, fez ainda várias exigências: a reforma da comissão nacional, a revisão da Constituição para a conciliação e o fim das diferenças políticas.

Ao longo de uma hora e 15 minutos, Huthi exigiu, além disso, a promoção da participação dos hutis no processo político “independentemente de quem isso incomode, dentro ou fora do país”, e insistiu na necessidade de pôr fim à insegurança e aos “perigos que ameaçam” o Iémen.

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