O ministro da Saúde reúne-se esta quarta-feira com todos os administradores dos hospitais portugueses para lhes explicar como se vai processar o tratamento dos doentes de hepatite C, ao abrigo do novo protocolo clínico de combate a esta doença. Segundo o Jornal de Notícias, uma das medidas que Paulo Macedo vai anunciar é a obrigatoriedade de o Infarmed – autoridade nacional para o medicamento – decidir em dois dias úteis o acesso dos doentes aos fármacos mais inovadores.

Aliás, é na criação de prazos curtos que assenta o despacho que o Ministério da Saúde vai publicar, escreve o jornal, que adianta que o Infarmed poderá demorar mais de dois dias a deliberar se precisar de informações mais detalhadas sobre o caso clínico do doente, mas que a norma deverá ser uma rápida análise e decisão. Em janeiro, uma paciente com hepatite C morreu depois de estar quase seis meses à espera de autorização do Infarmed para utilizar medicamentos inovadores.

Ainda de acordo com o JN, o processo de tratamento terá três fases. A primeira é o pedido do médico do paciente, a segunda é a avaliação deste pedido por parte do hospital (prazo máximo: cinco dias) e, finalmente, a terceira é a análise do Infarmed, que terá os dois dias úteis já referidos.

No início de fevereiro, o Governo e a farmacêutica Gilead celebraram um acordo que permitirá aos doentes de hepatite C aceder a dois dos mais inovadores medicamentos atualmente disponíveis no mercado. Esse acordo será válido por dois anos e o Estado português só pagará pelos doentes que sejam, de facto, tratados. A maioria das pessoas que sofrem de hepatite C não o sabem – mas trata-se de uma doença grave, com origem no fígado, que pode levar a insuficiência hepática, a cirrose e a cancro.

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