Pedro Passos Coelho confirmou esta segunda-feira ter feito chegar ao presidente do Conselho Europeu a sua “perplexidade” pelas acusações que o primeiro-ministro grego fez a Portugal por ter querido travar um acordo com aquele país, mas garantiu não quer entrar “em pingue-pongue” com Alexis Tspiras.

“Não houve nenhuma tentativa de derrubar o Governo grego ou de conspirar”, respondeu aos jornalistas, em Lisboa. “Eu não fiz nenhum protesto. Simplesmente pelos meios diplomáticos adequados fiz saber um pouco a minha perplexidade junto do presidente do Conselho Europeu. Não foi mais do que isso”, respondeu aos jornalistas, acrescentando, contudo, que Portugal foi exigente com os compromissos que a Grécia deveria assumir porque “o dever de exigência é natural”.

“Portugal cooperou de forma muito construtiva com os outros Governos europeus”, limitou-se a acrescentar Passos, explicando que, “se tivesse querido fazer comentários, teria feito”.

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras acusou no sábado Portugal e Espanha de terem conduzido uma conspiração para derrubar o seu Governo. Num discurso dirigido aos membros do seu partido, Tsipras acusou os dois países de terem tornado difíceis as negociações com a União Europeia, que levaram à extensão do programa de resgate por mais quatro meses. “Descobrimos que existem eixos de poder que se opõem a nós, conduzidos pelos governos de Portugal e Espanha e que, por razões políticas óbvias, tentaram destruir as negociações”, referiu.

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Na sequência disso, o Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, ligou ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, assim como ao presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, pedindo a ambos que “condenem as palavras de Alexis Tsipras”.

Passos não quis comentar a forma como a Espanha reagiu às palavras de Tsipras.