Mais de 59 mil pessoas ficaram sem casa nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, norte de Moçambique, na sequência da destruição de 10.713 habitações pelas chuvas, anunciou o Governo moçambicano, citado na imprensa local.

Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano, Mouzinho Saíde, no total, foram desabrigadas 59.586 pessoas, das quais 53.565 em nove distritos de Nampula e 6.021 em seis distritos de Cabo Delgado.

“O Conselho Técnico de Gestão de Calamidades enviou equipas e disponibilizou transporte aéreo para a monitoria e dez barcos para transporte de carga e passageiros”, afirmou Saíde.

O porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique afirmou que a maioria das bacias hidrográficas do país tem mostrado nos últimos dias tendência a reduzir, mas de uma forma irregular.

Sobre a epidemia de cólera, que afeta algumas das provinciais mais assoladas pelas cheias, Mouzinho Saíde afirmou que a província de Tete, centro de Moçambique, regista o maior número de óbitos, com 22 mortes, de um total de 3.062 casos, seguida da província de Niassa, 14 óbitos, de 868 casos, e Nampula, com oito óbitos, de um total de 1.232 casos, e Zambézia com três óbitos, de um total de 289 casos.

Segundo o jornal Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, a ligação por estrada entre os distritos de Mogovolas, Angoche e Moma, na província de Nampula, está cortada devido ao desabamento de pontes na região.

Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, devido à localização a monte da maioria das bacias hidrográficas da África Austral. As enxurradas, que tem provocado mortes e perdas materiais, também dão lugar a surtos de cólera, devido ao saneamento deficiente.

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