O secretário-geral das Nações Unidas disse este domingo, em entrevista ao jornal italiano La Stampa, que o uso da força não é solução para lidar com a tragédia dos imigrantes que tentam alcançar a Europa por via marítima.

“Não há solução militar para a tragédia que está a acontecer no Mediterrâneo”, disse Ban Ki-moon na entrevista, na qual expressou uma preferência por incentivos à imigração legal como uma solução global.

“É fundamental uma abordagem abrangente e que aborde as raízes do problema, a segurança e os direitos humanos dos migrantes e refugiados, assim como os canais regulares e legais de imigração”, acrescentou o secretário-geral da ONU, citado pela AFP, acrescentando que o organismo “está pronto para trabalhar com os parceiros europeus nesse sentido”.

A situação trágica no Mediterrâneo, com a morte de 800 imigrantes no passado dia 19, levou os líderes da União Europeia (UE) a adotarem quinta-feira medidas de combate ao tráfico de imigrantes ilegais ainda em terra.

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Entre as decisões saídas do Conselho Europeu figura a destruição das embarcações antes que os contrabandistas as possam utilizar, o aumento da cooperação contra redes de contrabando, através da Europol e colocando agentes de imigração em países terceiros e aumentar para 120 milhões de euros o orçamento da missão “Tritão”, para operações de patrulhamento e salvamento no Mediterrâneo.

“As medidas anunciadas recentemente no Luxemburgo e em Bruxelas são um primeiro passo importante no sentido de uma ação coletiva europeia, que é a única abordagem que pode resolver um problema desta natureza, tão amplo e transnacional”, disse Ban Ki-moon, que é esperado na segunda-feira em Itália.

O líder italiano, Matteo Renzi, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a Alta Representante da União Europeia para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, participarão juntos numa iniciativa pública no Mediterrâneo para mostrar a sua “solidariedade” após as recentes tragédias de imigração.