O falhanço nas negociações entre a Grécia e os credores europeus no Eurogrupo de sexta-feira em Riga, na Letónia, já está a provocar vítimas. Esta segunda-feira, depois de falar com Angela Merkel no fim-de-semana e de um Eurogrupo onde o seu ministro das Finanças foi muito criticado pelos parceiros europeus, o primeiro-ministro grego fez uma remodelação na equipa responsável das relações com as instituições da troika, agora conhecida como o Grupo de Bruxelas.

Foi uma reunião tensa e com muitas críticas a Yanis Varoufakis, o encontro dos ministros das Finanças em Riga, na Letónia, na sexta-feira. Depois de muitas críticas, transpareceu a frustração dos ministros da zona euro com a falta de progressos e a relação pouco frutuosa com o governante grego.

Yanis Varoufakis tem sido alvo de duras críticas da parte dos seus homólogos da zona euro e na última reunião as críticas ganharam um outro tom, levando mesmo alguns países a pedirem ao grupo que estudasse já um plano para aplicar caso as negociações falhem, o tal plano B. A sugestão do ministro da Eslovénia foi muito mal recebida pelo próprio Varoufakis, que no final do dia nem sequer compareceu para o tradicional jantar organizado pelo país organizador, optando por comer jantar com amigos num restaurante da capital letã.

Depois do fracasso de mais uma ronda de negociações, e quando o tempo começa a escassear para um Governo que está a usar o resto das suas reservas de tesouraria para pagar salários, pensões e a dívida ao FMI, Alexis Tsipras anunciou mudanças nas equipas.

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Apesar de reafirmar a sua confiança em Yanis Varoufakis, como disse esta segunda-feira um porta-voz do governo grego, e de o manter como responsável por supervisionar a equipa que vai fazer as negociações, será agora o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, Euclid Tsakalotos o coordenador do grupo que vai negociar com os credores. Tsakalotos, um economista formado em Oxford é um nome bem-visto pelos credores.

Alexis Tsipras decidiu ainda afastar o secretário-geral Nikos Theocharakis, que tem liderado as negociações técnicas com o grupo de Bruxelas (antes conhecido como troika), que passa agora a ser responsável por desenhar um programa de crescimento. Programa que deverá ser a base do acordo com os credores para o futuro.

Nikos Theocharakis, próximo de Varoufakis, será substituído por George Chouliarakis, próximo do também poderoso, mas mais moderado, Yannis Dragasakis, que fica assim responsável pelas negociações técnicas com a troika.

Apesar das mudanças, o Governo grego apressou-se a dar um voto de confiança a Yanis Varoufakis depois dos eventos de Riga: “O apoio ao ministro das Finanças Yanis Varoufakis, que esteve na mira de artigos da imprensa internacional, foi confirmado durante o encontro [do Governo grego]”, que decorreu no domingo, entre Alexis Tsipras e os seus principais conselheiros.

O Governo garante também que o seu ministro das Finanças “atua sempre em linha com as decisões coletivas e com a liderança do Governo”, a cargo de Alexis Tsipras, defendo assim as ações que muito têm sido criticadas pelos parceiros europeus.