O presidente da ERC afirmou que a cobertura das eleições diz “respeito aos diretores dos jornais, mais do que aos seus patrões” e desafiou o comentador Marcelo Rebelo de Sousa a “esboçar” uma lei sobre a matéria.

Carlos Magno falava aos jornalistas à margem da apresentação do estudo encomendado pela ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social denominado ‘Públicos e consumos de media’, que analisa o consumo de notícias e as plataformas digitais em Portugal e em mais dez países, e que foi divulgado em Lisboa.

“Acho que os grupos de media, nomeadamente a Plataforma dos Meios de Comunicação, fez muito bem em se envolver nisto [da lei sobre a cobertura das eleições pelos órgãos de comunicação social] e os administradores têm aqui uma palavra-chave a dizer”, afirmou.

No entanto, “para que a ERC mantenha o seu espaço de diálogo sobre esta matéria e para que percebamos do que estamos a falar é fundamental que sejam os diretores de comunicação social a ser ouvidos” pelos deputados.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apesar de esta ser uma questão também política, Carlos Magno sublinhou que “é sobretudo uma questão que diz respeito aos diretores dos jornais, mais do que aos seus administradores e aos seus patrões”.

O presidente do regulador dos media disse não ter dados novos sobre anteprojeto sobre a cobertura das eleições.

“Vi o professor Marcelo [Rebelo de Sousa, comentador da TVI] a fazer uma sugestão e estava à espera que o professor Marcelo, já disse ao José Alberto [diretor-geral da TVI] pegasse num papel e uma caneta e ele próprio começasse a esboçar a lei em pleno programa televisivo”, disse.

“Seria um contributo muito válido, uma vez que ele é jurista”, apontou.

Carlos Magno sugeriu ainda que o ponto de partida poderia ser o documento trabalhado entre a ERC e os diretores de informação.

Recentemente, um anteprojeto da iniciativa do PSD, CDS-PP e PS, que previa a obrigação de todos os órgãos de comunicação social apresentarem previamente os “planos de cobertura” das eleições a uma comissão mista composta por membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da ERC, acabou por cair por terra, face às críticas ao documento.