António Costa já reagiu às declarações de Pedro Passos Coelho que, esta terça-feira, voltou a negar que alguma vez tivesse convidado os jovens professores a emigrar, descrevendo tais declarações como “mito urbano”. Na resposta, o socialista contra-atacou e disse: “Infelizmente não é um mito urbano, é uma realidade muito dura”.

Em declarações aos jornalistas, na feira de agricultura de Santarém, o secretário-geral do partido, defendeu que as declarações do primeiro-ministro só provam que Passos está afastado da realidade do país. “O sr. primeiro-ministro não [pode] chamar mito aquilo que é a realidade dura. Isso só demonstra bem que desconhece a verdadeira realidade e o estado em que está a deixar o país”.

Antes, já António Costa tinha criticado Passos pela expressão utilizada. “Infelizmente, não é um mito urbano. É uma realidade muito dura para quem teve de partir, para as famílias que estão cá e que todos os dias pensam com saudades nos filhos e nas filhas que viram partir”.

Durante a tarde, Passos desafiou os jornalistas a fazerem prova de que alguma vez tivesse convidado, de facto, os jovens a emigrar. “Já conseguiram investigar desde ontem [segunda-feira] uma frase minha em que eu tenha dito aos jovens portugueses que o que valia a pena era emigrar?”, questionou o chefe do executivo.

O primeiro-ministro veio esclarecer que o que disse foi que infelizmente cada vez há menos crianças e as escolas portuguesas estão a ficar com menos alunos e se existem menos alunos, não se pode ter mais professores.

“Aqueles que têm a vocação de ensinar, das duas uma: ou encontram uma alternativa no espaço da língua portuguesa ou então reconvertem-se e experimentam outras alternativas e outras experiências para poderem viver com dignidade. Mas isso não é convidar ninguém para a emigração”, revelou.

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