A Grécia precisa de um terceiro resgate de pelo menos mais 50 mil milhões de euros para cobrir as necessidades do Estado grego só até ao final de 2018, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI), dos quais 36 mil milhões de euros teriam de ser assegurados pela Europa. Se a situação piorar, diz o FMI, a Europa devia simplesmente eliminar todo a dívida grega do primeiro resgate, mais de 53 mil milhões de euros.

Numa tomada de posição muito invulgar, o FMI publicou esta tarde a sua versão da análise de sustentabilidade da dívida grega. A conclusão é muito clara: na atual situação, a dívida grega não é sustentável.

A análise é dura. Para começar, para o Estado grego. Diz o FMI que se o programa, do segundo resgate, acordado em 2012 tivesse sido implementado, a Grécia não teria necessitado de qualquer alívio na sua dívida. Agora, depois de vários atrasos e da resistência em implementar o programa, têm de ser tomadas medidas.

Para ser considerada sustentável com elevado grau de probabilidade, o FMI diz que os gregos têm de voltar a implementar as medidas e de forma correta e vigorosa, e que, “no mínimo, as maturidades dos atuais empréstimos europeus têm de ser alargadas significativamente, enquanto será necessário também novo financiamento europeu para cobrir as necessidades de financiamento nos próximos anos, e em termos semelhantes”.

Mas mesmo assim, o cenário pode ficar pior. Se as reformas que estão a ser pensadas não forem implementadas e sofrerem novos reveses, o cenário piora e os credores terão mesmo de aceitar novas perdas. Diz o FMI que, se a situação piorar, ou seja, se a Grécia não conseguir acumular os níveis de saldos primários que a troika tem proposto, os credores europeus podem ter de abdicar de receber todos os empréstimos que foram dados à Grécia no primeiro resgate, em 2010. Mais de 53 mil milhões de euros.

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