(Última atualização às 12:30)
A taxa de desemprego caiu para os 11,9% no segundo trimestre deste ano, o valor mais baixo desde o final de 2010, anunciou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística. No primeiro trimestre deste ano a taxa de desemprego estava nos 13,7%.
É preciso recuar ao final de 2010 para encontrar um valor tão baixo para a taxa de desemprego e numa altura onde o inquérito ao emprego era feito de forma diferente daquela que é atualmente. A forma de calcular a taxa de desemprego, especialmente a forma de recolher os dados, foi alterada para incluir as melhoras práticas estatísticas no início de 2011 o que acaba por inviabilizar comparações diretas.
Olhando para os números, este é o valor mais baixo de taxa de desemprego desta nova série. Mais baixo só com um método diferente e data do último trimestre de 2010, quando o desemprego era estimado em 11,1%, ou 619 mil pessoas sem emprego.
Fonte: INE.
Agora, de acordo com os dados publicados pelo INE, estarão no desemprego 620,4 mil pessoas, menos 13% que nos primeiro três meses deste ano e menos 14,9% que no mesmo trimestre do ano passado, ou seja, menos 92,5 mil e menos 108,5 mil pessoas, respetivamente.
Fonte: INE.
Olhando para o número de pessoas empregadas, o INE aponta que há mais 103,7 mil pessoas empregadas que no primeiro trimestre do ano, altura em que este número estava em queda. A primeira melhoria que se verifica é no emprego entre as mulheres, com mais 69,3 mil mulheres a conseguirem emprego, mais 1,5 pontos percentuais que no primeiro trimestre. A melhoria é melhor entre as mulheres que entre os homens, mas continua a haver mais emprego entre os homens (56,3%) do que entre as mulheres (47,6%).
As comparações com 2010 apresentam no entanto um valor mais negativo. No último trimestre desse ano, a população ativa, que serve de base ao cálculo da taxa de desemprego, era consideravelmente superior à que se verifica neste segundo trimestre de 2015: mais 366,5 mil pessoas.
Os números até melhoraram este ano, com mais 11,2 mil pessoas a entrarem nestas contas entre o primeiro e o segundo trimestre, mas quando se compara com o mesmo trimestre de 2014 por exemplo, as comparações já não tão positivas, já que a população ativa caiu em 42,3 mil pessoas.
Mais de meio milhão com part-time
O número está a descer mas continua elevado. No segundo trimestre do ano, 572 mil pessoas trabalhavam a tempo parcial, menos 9 mil pessoas que no primeiro trimestre deste ano. Nas contas do INE, entre as 4.580,8 mil pessoas empregadas no segundo trimestre deste ano, 4.008,8 eram-no a tempo completo.
Nota-se ainda uma melhoria no número de trabalhadores por conta de outrem, que aumentou em 82,3 mil pessoas face ao início deste ano.
O número de trabalhadores por conta própria também está a aumentar (subida de 22,7 mil pessoas), apesar de ser menor que há um ano, e atinge já os 835,8 mil.
Entre os trabalhadores por contra de outrem, note-se que o maior crescimento está no número de trabalhadores com contratado a prazo, que sobe 53,3 mil, quase o dobro da melhoria verificada entre o primeiro e o segundo trimestre do ano nos trabalhadores com contrato sem termo (28,9 mil), vulgarmente conhecidos com os trabalhadores nos quadros da empresa.
Fonte: INE.
Menos qualificações, mais emprego
Há mais emprego, mas será melhor emprego? Os números do INE mostram que entre os diferentes níveis de escolaridade o que menos cresce é o de quem tem educação superior. Entre o primeiro e o segundo trimestre, o número de pessoas empregadas com ensino superior aumentou apenas em 0,5%, ou 5,9 mil pessoas.
Este subgrupo tinha-se tornado no segundo maior entre os níveis de escolaridade com mais emprego, mas voltou a perder o lugar para os trabalhadores com educação secundária ou pós-secundária, que aumentou 3,9%, mais 43 mil pessoas.
Quem continua destacado na frente e ganhou novo avanço foi o subgrupo de trabalhadores que apenas chegaram ao 3º ciclo do ensino básico. O emprego aumentou neste subgrupo em 2,4%, com mais 54,9 mil pessoas com emprego no segundo trimestre deste ano, em comparação com os primeiros três meses do ano.
No total, mais de metade das pessoas empregadas em Portugal têm um nível de escolaridade até ao 3º ciclo do ensino básico. Nem um quarto da população empregada tem escolaridade ao nível do ensino superior.