Momentos-chave
- António Filipe: "a esperança é irrevogável"
- Eurico Brilhante Dias: governo à esquerda vai fraturar o PS
- Vitorino quer ver se acordo de esquerda cabe "nos compromissos europeus"
- Costa: "Não deixarei o país no pântano"
- Costa diz que documento da coligação não é "esforço suficiente"
- Passos: "PS esteve sempre numa posição passiva"
- Portas: Costa "terá que dizer o que é suficiente"
- Passos diz: "não avançámos rigorosamente nada"
- PCP: Apesar das dificuldades, PS tem condições para formar Governo
- João Proença: PS está a “subverter os resultados eleitorais”
- Costa: "O PS não é o Syriza"
- Santana Lopes critica Cavaco e Costa
- Costa diz que está em "melhores condições" para formar Governo e que não estão em causa compromissos internacionais
- Costa diz que está em melhor posição que a direita para formar Governo
- A cedência maior de Passos ao PS: austeridade mínima
- Conheça as 23 propostas do PS que a coligação aceitou
- Reunião confirmada no Rato entre coligação e PS
- Bolsa lidera perdas em dia negativo em toda a Europa
- Mário Centeno já recebeu documentos de Maria Luís
- PS disposto a ceder na reposição da sobretaxa
Histórico de atualizações
-
Boa noite. O nosso liveblog fica por aqui. Obrigada por nos ter acompanhado.
-
António Costa reúne-se quarta-feira com todos os embaixadores dos países da União Europeia e a representante da Comissão Europeia em Portugal.
-
António Filipe: "a esperança é irrevogável"
“Não sei que solução governativa vamos ter. Não subestimo o enorme poder de chantagem de que dispõe o poder económico, com a influência política e a hegemonia mediática de que dispõe, para levar por diante os seus desígnios de manutenção do controlo do poder político. Mas sei que o povo português no dia 4 de Outubro deu lugar à esperança de uma mudança política. E esta esperança é irrevogável”, declarou esta noite o deputado do PCP António Filipe.
No Facebook, o comunista considera que “o que verdadeiramente irrita a direita portuguesa não é a questão de saber quem deve ser chamado a formar Governo. Quem tiver dois dedos de testa sabe que de nada vale formar um Governo sem ter condições para o viabilizar no Parlamento. Logo, quando a direita insiste que a PAF deve formar Governo isso significa que, na falta de melhor, se agarra à esperança de que a pressão e a chantagem possam surtir efeito e que o PS (ou parte dele) possam viabilizar a continuação da política de direita que o povo português maioritariamente rejeitou”. António Filipe acrescenta que a esquerda está irritada porque o povo elegeu uma maioria de deputados na Assembleia da República que “pode determinar o seu afastamento do poder e relegar para o caixote do lixo da História a famigerada teoria do arco da governação”.
-
Carreiras: "a mentira tem perna curta"
O vice-presidente do PSD, Carlos Carreiras, cita o ditado “a mentira tem perna curta” para defender que Costa não está na negociação com a coligação com “seriedade”. “Se provas faltassem sobre a seriedade com António Costa tem estado nas negociações com a Coligação estas afirmações são mais uma prova evidente. Quais são as medidas que estão a ser negociadas com o PCP e com o Bloco de Esquerda? Quais as posições de convergência que já foram alcançadas com o PCP e com o Bloco de Esquerda ? E também são convergentes entre os comunistas e bloquistas ? As da Coligação são conhecidas e as do PS ?”, interroga-se no Facebook. “A mentira tem a perna curta e o cerco em que se enredou começa a apertar António Costa”.
-
Eurico Brilhante Dias: governo à esquerda vai fraturar o PS
Eurico Brilhante Dias, eleito deputado e ex-dirigente do PS ao tempo de Seguro, muito crítico com António Costa na SIC-Notícias: “Ao PS exige-se que, percebendo que perdeu, tenha capacidade de compromisso e olhe para a proposta do PSD e CDS, para fazer as suas propostas e chegar a entendimento”.
“Quem ganha governa, quem perde faz oposição – é um princípio que devemos prosseguir. Ele próprio [António Costa] disse que perdeu as eleições – e é um facto, foi uma derrota expressiva. António Costa está a fazer uma coisa que não gostaria (negociar com a coligação a possibilidade de esta continuar a governar). Também é verdade que o BE e PCP têm direito a fazer ouvir a sua voz. Parece-me normal que o PS ouça também o PCP e BE. Mas para mim seria profundamente nefasto para o país e o PS [um acordo de governação à esquerda].
“Se o PS faz um acordo pós eleitoral com dois partidos com os quais não se coligou , e ainda por cima perdendo as eleições… um governo minoritário do PS que substitua um governo minoritário da direita é politicamente pouco sustentável e que começa fragilizado. Continuo a achar mais razoável é que a coligação e o PS cheguem a entendimento para que o país tenha um governo estável.”
“Não sou favorável”. Cria um problema de legitimidade? “Parece-me evidente. Essa solução “vai não só fraturar o partido, mas colocará o partido perante os portugueses numa situação muito difícil” .
“O que se pede à coligação é que perceba que perdeu a maioria – e tem de ir aos aspetos fundamentais da proposta do PS”, remata o ex-dirigente do PS. Até porque “a proposta do PS é mais próxima do da coligação do que do BE e PCP”.
-
Eurico Dias: posição de Costa é “politicamente pouco sustentável"
Eurico Brilhante Dias, ex-dirigente de António José Seguro, considera que um Governo minoritário do PS com apoio do PCP e BE é “politicamente pouco sustentável e é um Governo que começa politicamente fragilizado, se assim for”.
“Continuo achar que o mais razoável é que, quer coligação, e em particular a coligação que tem essa obrigação, e o Partido Socialistacheguem a um entendimento para que o país tenha um governo estável”, defendeu na SICN. Criticando António Costa, defendeu que “quem perde as eleições deve ir para a oposição” e que o PS poderia estar a fazer o que agora faz se tivesse ganho as eleições. “António Costa tem um problema de legitimidade política, isso é evidente”, disse.
-
Vitorino antecipa vitória de Marcelo na 1ª volta
“Acho que as presidenciais se resolvem à primeira volta”, disse António Vitorino na SIC-Notícias, deixando implícito que o PS quis empurrar um problema com a liberdade de voto nessas eleições e que acabará por ver Marcelo Rebelo de Sousa eleito. Maria de Belém mais ao centro, Sampaio da Nóvoa . O resultado das legislativas é mais favorável a este último, mas nada que invalide que “se resolva” logo numa primeira votação.
-
Vitorino quer ver se acordo de esquerda cabe "nos compromissos europeus"
Santana Lopes, na SIC-Notícias, diz que “há um impasse, dali [negociação coligação-PS] não sai grande coisa . Agora é o PR quem tem o poder de nomear o primeiro-ministro. O primeiro-ministro forma governo e cada grupo parlamentar assumir as suas responsabilidades”. O Presidente, diz Santana, “não pode negar” à coligação o direito de formar governo. Mesmo tendo ficado “numa posição de expectativa” que foi um erro.
“Era uma enormíssima ironia do destino que Cavaco Silva saísse de Presidente dando posse a um governo com o PCP e o Bloco”, diz o social-democrata.
Ao seu lado, António Vitorino afirma ter ficado “com a ideia de que é isso” que Passos de prepara para fazer: tomar posse e ir ao Parlamento a votos. Pelo que “ou há acordo nesse momento à esquerda, ou se não o Governo entrará em funções como minoritário”. O socialista diz que a disposição do PCP para negociar com o PS foi inesperada, um “dado novo”. e que o “entusiasmo é mínimo”, nas negociações com a coligação.
E que diz Vitorino sobre um governo de esquerda: “Toda a gente diz que vai haver. Eu ainda não vi, muito sinceramente. Temos de aguardar. é o mais prudente. Se houver acordo é preciso ver o que lá está e qual é a garantia que dá de estabilidade”. Mais, acrescenta o socialista: “Depende de saber se o acordo cabe nos apertados compromissos europeus”. Mas Vitorino também não vê grande estabilidade na proposta da direita ao PS.
-
João Soares, na RTP3, elogiou esta noite o PCP dizendo que este partido, “quando chega a um acordo, honra os compromissos que assume com as outras forças políticas”, lembrando a sua experiência na Câmara de Lisboa. “Portanto, penso que se houver um entendimento claro com o PCP, se isso ficar expresso num documento, como deve ficar, seguramente eles honrarão os compromissos que assumirem”.
-
Carreiras: Costa usa "truques e manhas"
O vice-presidente do PSD Carlos Carreiras considera que “António Costa está a conduzir todo o processo de forma muito pouco séria. Socorre-se de truques e manhas apenas para garantir que não tendo perdido por “poucochinho” ainda se mantém como secretário-geral dos socialistas”. “Hoje foi mais um exemplo, dá uma entrevista à Reuters meia hora antes da reunião com a Coligação e afirma o contrário do que diz à saída da reunião com a Coligação”, escreveu no Facebook.
-
Deputado do CDS compara Costa a Varoufakis e a jogador de casino
“O que Costa hoje fez na reunião com os líderes da coligação foi exactamente o que Varoufakis andou a fazer nas negociações com a União Europeia. Jogadores de casino e Estado de Direito Democrático não dá bom resultado”, diz por seu turno o deputado do CDS, Raul Almeida.
-
Costa quer "caminho do aventureirismo frentista"
Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD, considera que, “depois do malogro da reunião de hoje, ficou claro para quase todos que António Costa não está disponível para um acordo responsável e prefere o caminho do aventureirismo frentista que dissimule a sua derrota eleitoral e lhe possibilite mais alguns meses de vida política”.
“O país pode sofrer muito nos próximos meses. Não podemos deixar que os mesmos que nos largaram na bancarrota, após quatro anos de muitos sacrifícios, nos voltem a arruinar e a deixar no ponto de partida de 2011”, diz.
-
Aqui fica o convite. pic.twitter.com/aaCWWBtGcZ
— Catarina Martins (@catarina_mart) October 13, 2015
-
Costa: "Não deixarei o país no pântano"
“Não disse que era a última oportunidade nem gosto de fazer ultimatos”, garante Costa. Dizendo que vai remeter por escrito as contra-propostas que fez oralmente. “Se esta explicitação que fizemos não é uma contra-proposta então não sei o que é uma contra-proposta, mas para que fique claro, poremos por escrito”, garantiu.
Antes vincou que não deixará o “país no pântano” da ingovernabilidade até porque, acrescentou mais tarde “é mau para o país”.
-
Costa usa verbos na negativa para falar do documentos da coligação dizendo que “é manifestamente insuficiente” e que “não traduz” ou “ignora”. O quê?
“Ignora a prioridade de combate ao desemprego e precariedade e ignora medidas fundamentais como os escalões do IRS, ignora a prioridade que tem de ser dada à pobreza infantil, ignora a importância da reposição dos vencimentos dos funcionários públicos, ignora a importância que é a educação de adultos e da redução das taxas moderadoras”.
E deixa a pergunta: PSD e CDS “a coligação está ou não disponível para uma reorientação de política?”
Quem “votou no PS não votou para que o PS sustente a prossecução de medidas da coligação”. Percebo que “há um jogo que a coligação quer fazer que é passar a ideia que nada aconteceu”.
-
Sobre as negociações com o PCP, depois de os comunistas terem dito que admitem a entrada e formação de Governo, mas sem referirem o Orçamento do Estado, Costa contorna a pergunta respondendo no geral: “O caminho não é fácil – além das divergências inultrapassáveis que temos – que não estão na mesa de negociações, com as questões europeias – há outras que merecem reuniões técnicas nomeadamente sobre as 9 questões do PCP”, disse. Acrescentou no entanto que está de boa-fé e que espera um resultado positivo.
-
"Não estamos a negociar o meu cargo", diz Costa
Costa diz “não estamos a negociar o meu cargo”, diz. “não está em causa o que António Costa vai fazer ou a posição do PS. O que está em causa é a estabilidade dos portugueses”.
-
O líder socialista diz que “não temos muito tempo” lembrando que o Presidente da República deverá iniciar na “próxima semana o contacto formar com os partidos – é muito importante para o país, para os agentes económicos, para os investidores que rapidamente seja clara a solução de governo e se encontre estabilidade. Não há nada pior que a incerteza, essa só pode ser vencida com um esforço de diálogo. É o que temos feito com todas as forças políticas”.
À coligação, o PS vai responder por escrito.
-
Costa diz que documento da coligação não é "esforço suficiente"
António Costa diz que o documento “não traduz um esforço suficiente nem vrevela a compreensão do novo quadro parlamentar”, disse.
É necessário um “esforço efetivo que traduza uma mudança de política que rompa com a estratégia de austeridade e empobrecimento”.
O secretário-geral diz que deu 16 ou 18 exemplos de “lacunas graves” no documento apresentado pela coligação, falando do IVA da restauração, do combate à pobreza infantil, redução dos cortes dos salários de funcionários públicos entre outros.
Estas são, “um conjunto de medidas concretas que nos parecem indispensáveis e que não encontraram eco” nas propostas da coligação, disse.
-
Passos: "PS esteve sempre numa posição passiva"
“Havia disponibilidade em negociar”, insiste Passos, perante perguntas dos jornalistas. “Precisamos saber o que o PS quer e isso até hoje ainda não foi claro. É preciso saber o que considera indispensável para viabilizar um Governo e também o Orçamento do Estado”, afirmou, salientando que o PSD/CDS transmitiram total disponibilidade para negociar.
“Ontem remetemos posição estruturada. Estavamos à espera que hoje pudessemos avançar sobre essa proposta ou que pudessemos ter uma outra apresentada pelo PS. Fico a aguardar que o PS esclareça esta questão: o que entende como sendo importante para atingir um compromisso com o PSD e o CDS”.
“A aspiração legítima é governar e não pode ser de qualquer maneira. Temos que fazer concessões. (…) Nós fizemos o nosso trabalho de casa e não vimos até hoje uma posição construtiva por parte do PS, que esteve sempre numa posição passiva”, acrescentou o social-democrata, lembrando que o PR só tomará alguma iniciativa depois da publicação de resultados oficiais e depois de ouvir os partidos mas que a “expetativa legítima do PSD e CDS é que sejam chamados a formar Governo porque foram quem foi mais votado”.