Um pacote de medidas de austeridade e reforma do Estado foi nesta sexta-feira aprovado no parlamento de Atenas, a poucos dias da reunião do Eurogrupo que decidirá se o país recebe uma tranche financeira de dois mil milhões de euros, no âmbito do terceiro resgate.
As medidas foram concebidas, a régua e esquadro, pelos credores europeus. Foram eliminados vários benefícios fiscais para os agricultores – a própria definição de agricultor foi alvo de debate entre a troika e o governo grego –, foram levantados os obstáculos à venda do principal porto de comércio da Grécia e foram feitas alterações no cálculo das pensões pagas pelo Estado. Outras medidas incluídas neste pacote dizem respeito ao cumprimento das regras europeias de eficiência energética, explica o Kathimerini.
Sem a aprovação deste pacote de medidas, no último dia útil antes da reunião do Eurogrupo, muito dificilmente os ministros das Finanças da zona euro dariam nota positiva ao nível de cumprimento e empenho demonstrado pelo governo grego. No final do mês passado, existiam notícias de atrasos na aplicação efetiva de várias medidas previstas no terceiro resgate, no valor de 86 mil milhões de euros.
Uma das áreas em que continua a haver desacordo entre o governo grego e os credores é o setor financeiro e, no fundo, como promover uma recapitalização e reestruturação dos bancos gregos, que continuam entupidos com níveis elevados de crédito malparado. Além disso, descreve o Kathimerini, o governo grego está, também, a tentar encontrar uma alternativa ao aumento da taxa de IVA nas escolas privadas, para 23%, algo em que os credores têm insistido mas que tem penalizado fortemente a popularidade do governo. O governo de Tsipras garante que será encontrada uma alternativa que os credores aceitarão.