O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu-se esta quarta-feira à porta fechada na Casa Branca, em Washington, com o líder espiritual tibetano, o dalai lama, encontro que foi contestado pelas autoridades chinesas.

Desde que chegou à presidência norte-americana em 2009, Obama já recebeu o líder espiritual tibetano em três outras ocasiões. A última aconteceu em fevereiro de 2014.

O chefe de Estado norte-americano sempre tentou dar um caráter discreto aos encontros, que sempre decorreram à porta fechada e longe da comunicação social.

O último encontro entre os dois prémios Nobel da Paz teve lugar na sala de mapas e não na sala oval (o gabinete de trabalho do Presidente norte-americano), onde normalmente Barack Obama recebe outros chefes de Estado.

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O dalai lama encontra-se em Washington, onde na terça-feira se reuniu com membros, democratas e republicanos, do Congresso norte-americano e proferiu um discurso no Instituto da Paz dos Estados Unidos.

Antes da intervenção, o líder espiritual tibetano pediu um minuto de silêncio pelas vítimas do tiroteio em Orlando (Florida) do passado fim de semana, que fez 49 mortos e mais de 50 feridos.

Antes do encontro na Casa Branca, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, expressou a “firme oposição” de Pequim, afirmando que “o dalai lama não é só uma figura religiosa, é um exilado político que durante muito tempo tem estado envolvido em atividades separatistas anti-China sob a capa da religião”.

Lu Kang reforçou que os assuntos relacionados com o Tibete são “questões internas da China” e que nenhum país tem o direito de interferir nessas matérias.

Pequim defende que o Tibete é uma parte inseparável da China e que o dalai lama é um líder dos separatistas tibetanos.

O líder espiritual tibetano e Nobel da Paz (1989) vive no exílio em Dharamsala (norte da Índia) há mais de 50 anos.