“How To Talk To Girls At Parties”
Neil Gaiman, Fábio Moon e Gabriel Bá
(Dark Horse Books)

Neil Gaiman é um guilty pleasure. Por isso, o facto de sabermos que as raparigas destas festas têm ascendência alienígena não serve para nos demover; pelo contrário, sabemos que Gaiman irá, mais uma vez, criar um mundo onde o plausível e o inverosímil estão ao mesmo nível – e fazer-nos acreditar e gostar disso. As ilustrações dos gémeos Moon e Bá dão-nos ainda mais vontade de aprender a falar com estas raparigas.

“A Balada do Café Triste”
Carson McCullers
(Relógio D’Água; a ser reeditado este Verão)

Os livros de Carson McCullers podem parecer um desfile de aberrações; no entanto, a estranheza não reside nas deformações físicas de algumas das suas personagens, antes no tipo de relações que estabelecem e nas razões por que o fazem. Podemos tentar justificar certas acções com o sítio onde elas têm lugar – o sul dos Estados Unidos – mas, no final, damos por nós a fazer e a sentir as mesmas coisas, mesmo não vivendo lá (capa da edição de 1998).

“Apenas Miúdos”
Patti Smith
(Quetzal Editores; 2011)

Antes de M Train houve o relato da vida de Patti Smith com Robert Mapplethorpe. Lermos Apenas Miúdos é assistirmos a momentos de candura e ingenuidade manifestados em promessas feitas com a determinação que não se pode atribuir apenas à juventude, antes ao amor e a um propósito comum que ambos tiveram; este livro permite-nos que partilhemos disso em noites quentes de Verão.

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“Mão Direita do Diabo”
Dennis McShade
Assírio & Alvim; 2008

Dennis McShade é Dinis Machado, autor de O Que Diz Molero; e Peter Maynard, o protagonista deste policial, na tradição dos melhores clássicos norte-americanos, é um assassino profissional dado a monólogos existenciais que, em vez de um whisky, encontramos com um copo de leite na mão: tem uma úlcera, insónias que ocupa lendo Rilke, Camus e Ray Bradbury e, acima de tudo, saudades de Olga.

“Wild”
Emily Hughes
(Flying Eye Books; 2013)

Um livro que não pode ser apenas classificado como literatura infantil e juvenil; lembra-nos que há lugares e pessoas mais adequados à nossa natureza do que outros, e que às vezes acontece podermos chegar a esses sítios e estar com essas pessoas.

Aluna de doutoramento no Programa em Teoria da Literatura da Universidade de Lisboa