A administração Trump volta estar envolta em polémica. Desta vez foi a assessora do Presidente norte-americano, Kellyanne Conway, que, em entrevista ao canal MSNBC, defendeu as novas medidas restritivas de imigração, que limita a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, recorrendo ao caso do massacre ‘Bowling Green’. O problema é que este caso nunca aconteceu.

Durante a entrevista, conduzida por Chris Matthews, e que foi para o ar esta quinta-feira à noite, Kellyanne Conway recordou o caso Bowling Green, em que dois cidadãos iraquianos radicalizados, inseridos no programa de refugiados, teriam conduzido um massacre no Kentucky, em 2011. Só que o incidente não aconteceu da forma como a assessora norte-americana o referiu na entrevista. O que aconteceu nesse ano em Bowling Green, no estado do Kentucky, foi a detenção de dois homens de origem iraquiana, que tentavam enviar armas e dinheiro para a Al-Qaeda, no Iraque. Foram depois condenados à pena perpétua por esses crimes.

Kellyanne Conway argumenta que o caso nunca foi conhecido, porque ninguém o noticiou desta forma. “A maioria das pessoas não sabem, porque nunca foi noticiado”, insistiu. Mas, na altura, o próprio departamento federal de Justiça do país emitiu um comunicado a explicar o caso e onde se pode ler, inclusive que os dois homens “não foram acusados de planear ataques dentro dos Estados Unidos da América”. No mesmo processo, ambos os arguidos admitiram terem participado em ataques contra tropas americanas, mas no Iraque e nunca em solo norte-americano. E foi por isso que Barack Obama, então presidente norte-americano, ordenou a suspensão do programa de refugiados vindos do Iraque, por seis meses.

Pode ver aqui, a entrevista, onde se insere a polémica afirmação da assessora de Donald Trump, Kellyanne Conway. A afirmação que está a causar tantas ondas de choque surge ao minuto 2:50.

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