Cristiano Ronaldo está em vias de ser acusado pela justiça espanhola por fraude fiscal, avança o El Confidencial. A Autoridade Tributária espanhola está a reunir os últimos dados para que o processo contra Ronaldo dê entrada brevemente na Procuradoria de Madrid. Isto porque o prazo para concluir a acusação relativa a delitos fiscais de 2011 termina a 30 de junho deste ano. Quando estoirou o processo do Football Leaks, Ronaldo chegou a dizer que “nunca teve intenção de defraudar o Estado espanhol”.

Em causa está a suspeita de que Cristiano Ronaldo usou para os seus direitos de imagem as mesmas sociedades irlandesas que usaram outros jogadores de futebol como Fábio Coentrão, Falcao, Di Maria ou Ricardo Carvalho, todos agenciados por Jorge Mendes e todos eles já identificados pelo fisco de Madrid. De acordo com a investigação do Football Leaks, publicada inicialmente pelo jornal espanhol El Mundo, aquele que é considerado o melhor jogador do mundo desviou 150 milhões de euros provenientes dos seus diretos de imagem através de paraísos fiscais.

Na altura, quando a investigação foi divulgada, Cristiano negou ter qualquer problema com o Fisco espanhol, mas um porta-voz da agência que o representa disse ao El Mundo que “a Autoridade Tributária espanhola mantém critérios diferentes” sobre os direitos de imagem dos jogadores, e que, nessa lógica, “Ronaldo só estava obrigado a pagar pela receita gerada em Espanha e não pela receita total gerada a nível mundial”. Logo, o jogador “nunca teve intenção de defraudar o Estado espanhol”.

Esta terça-feira, a Procuradoria de Madrid formalizou queixa contra Fábio Coentrão por alegada fraude fiscal no valor de 1,29 milhões de euros, entre 2012 e 2014, e contra o internacional colombiano Falcao, atualmente no Mónaco, que é acusado de ter defraudado o Fisco espanhol em 5,66 milhões de euros, entre 2012 e 2013.

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Fábio Coentrão acusado de fraude fiscal em Espanha

Todos estes futebolistas usaram a mesma agência irlandesa do agente Jorge Mendes, a Multisports & Image Management (MIM) Limited, uma empresa de gestão de direitos de imagem.

Segundo a mesma investigação, Cristiano Ronaldo desviou para um paraíso fiscal pelo menos 150 milhões de euros para ocultar receitas de direitos de imagem. “Ronaldo gerou quase 150 milhões de euros em publicidade, e graças à opacidade da sua estrutura, terá pago apenas 5,6 milhões ao fisco espanhol, o equivalente a apenas 4%”, lê-se, explicando-se que usava uma empresa das ilhas Virgens, a Tollin Associates, que depois cedia os seus direitos à Multisports & Image Management, na Irlanda.