Um avião comercial despenhou-se este domingo numa zona montanhosa no Irão, matando as 66 pessoas que seguiam a bordo, entre passageiros e tripulação. A informação foi confirmada por um porta-voz da Aseman Airlines à imprensa iraniana, em declarações citadas pelas agências internacionais Reuters e Associated Press.

Em declarações à televisão pública do país, Mohammad Taghi Tabatabai afirmou que o avião da companhia iraniana transportava 60 passageiros, incluindo uma criança, e seis membros da tripulação.

O avião em causa era um ATR-72 da Aseman Airlines, uma aeronave de tamanho médio usada para voos regionais domésticos, e dirigia-se para a cidade de Yasuj, cerca de 780 quilómetros a sul da capital iraniana, Teerão.

O acidente aconteceu na Cordilheira de Zagros, a maior região montanhosa do Irão, tendo o avião caído no Monte Dena, com cerca de 440 metros de altura.

Às agências de notícias iranianas, Isna e Fars, o porta-voz dos serviços de emergência, Mojtaba Khaledi, adiantou ter sido enviado um helicóptero de resgate para as montanhas de Zagros, explicando que, “por causa do terreno montanhoso da região, não é possível enviar ambulâncias”.

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O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, Alaedin Borujerdi, adiantou que o acidente foi avistado por vários moradores.

Segundo explica a Associated Press, a frota das companhias aéreas iranianas tem vindo a envelhecer ao longo das décadas e o país não tem tido a capacidade de renovar os aviões devido às sanções internacionais.

O acordo nuclear de 2015, que levou ao levantamento de sanções, permitiu ao Irão negociar a compra de vários aviões novos com a Boeing e a Airbus, mas a possibilidade de Donald Trump poder reverter o acordo pode colocar esses negócios em risco.

Mau tempo dificulta acesso ao local da queda

O porta-voz da companhia aérea iraniana Aseman, Mohamad Taqí Tabatabaí, explicou que ainda não foi possível ao pessoal da companhia chegar à zona do acidente.

“O local é montanhoso e é de difícil acesso”, justificou o porta-voz, acrescentando que as condições meteorológicas estão também a dificultar o acesso e que podem ser, aliás, uma das causas do acidente.

Um helicóptero foi enviado para o local, mas não pôde aterrar por causa da chuva, nevoeiro e vento.

O porta-voz dos serviços de emergência do Irão, Mojtaba Jaledí, disse à televisão estatal que as equipas de socorro estão a aceder ao local por via terrestre, mas que ainda não avistaram os restos do aparelho.

Autoridades suspendem buscas

Entretanto, as autoridades iranianas suspenderam às 21h locas (17h30 em Lisboa) as operações de busca relacionadas com o desaparecimento do avião. A televisão estatal anunciou a essa hora que as buscas do ATR 72 da companhia aérea iraniana, cerca de 500 quilómetros a sul da capital iraniana (Teerão), vão recomeçar ao início da manhã da segunda-feira, se as condições meteorológicas o permitirem.

A noite, a queda de neve, as chuvas e o vento forte tornam as operações impossíveis nesta altura, de acordo com as informações apresentadas.

A organização de aviação civil iraniana calcula que o avião se tenha despenhado, mas o ponto de impacto ainda não foi localizado e também são ainda desconhecidas as causas exatas do ocorrido.

A Aseman Airlines indicou não estar em condições de “confirmar a morte de todos os passageiros”, mas esse cenário é provável.

O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, dirigiu uma mensagem de condolências às famílias das pessoas que iam a bordo.