A Turquia pediu esta sexta-feira à Rússia e ao Irão, principais aliados do presidente Bashar al-Assad, para pararem o regime sírio, cuja aviação bombardeia há vários dias o feudo rebelde de Ghouta Oriental, matando centenas de civis.

“É necessário que a Rússia e o Irão parem o regime”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, acusando Damasco de ter multiplicado os abusos na Ghouta Oriental, assim como na província rebelde de Idleb (noroeste).

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Desde domingo, 426 civis, incluindo 98 crianças, morreram nos ataques aéreos e disparos de artilharia intensivos e incessantes realizados pelo exército do presidente Bashar al-Assad contra a Ghouta Oriental, região próxima de Damasco sitiada desde 2013, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

“Desde o início do conflito, dezenas de milhares de pessoas morreram apenas na Ghouta Oriental. Chega, estas pessoas não devem continuar a morrer”, declarou Cavusoglu a jornalistas.

A Turquia, que apoia os rebeldes, e a Rússia e o Irão, que ajudam o regime, têm apoiado as negociações, nomeadamente no quadro dos processos de Astana e de Sotchi. O acordo de Astana, capital do Cazaquistão, prevê medidas para estabelecer um cessar-fogo que crie um contexto favorável a um processo político.

“No entanto, nos últimos tempos, as violações cometidas pelo regime aumentaram fortemente”, denunciou Cavusoglu.

“Na Ghouta Oriental, o facto de matar crianças e mulheres… É um método típico do regime. Eles também fizeram incursões na região de Idleb”, adiantou, assinalando que “tudo isto é contrário (…) aos acordos negociados com a Rússia e o Irão”.

Após várias tentativas, o Conselho de Segurança da ONU deve votar neste dia um projeto de resolução pedindo um cessar-fogo de 30 dias na Síria, para permitir a chegada de ajuda humanitária e a retirada de doentes da Ghouta Oriental.

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