O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou esta terça-feira “absolutamente normal” o recurso à greve por parte dos enfermeiros, a paralisação está prevista para março, afirmando que cabe ao Governo “fazer tudo” para que não se concretize.
“As greves fazem parte do exercício da regulação das tensões em democracia. Os pré-avisos são uma forma, muitas vezes, de as estruturas sindicais procurarem agilizar ou forçar a negociação. É absolutamente normal”, defendeu.
Para o titular da pasta da Saúde, cabe ao Governo “fazer tudo para que a greve não se realize, em defesa do interesse público”.
Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final do Encontro “SNS + Proximidade — Cuidar em Casa”, que decorreu neste dia nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) marcou para os dias 22 e 23 de março uma greve nacional de enfermeiros no setor público contra a não concretização dos compromissos assumidos pelo Ministério da Saúde.
A concretização do pagamento do suplemento de 150 euros aos enfermeiros, regresso das negociações para a revisão da carreira e a passagem das 40 para 35 horas semanais dos enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho são algumas das reivindicações.
Questionado pelos jornalistas sobre o surgimento de notícias sobre problemas no setor, o ministro reiterou que nunca disse que “os problemas do SNS (Serviço Nacional de Saúde) ou do sistema de saúde estavam todos resolvidos”.
“A realidade de hoje é muito diferente da realidade de há uns anos atrás e nós estamos a fazer tudo para que cada vez haja menos problemas”, disse, vincando que “há milhões de portugueses que utilizam o SNS todos os dias e, felizmente, na esmagadora maioria dos casos, as coisas correm bem”.
“Mais 7.500 profissionais, mais investimento, mais financiamento, com a humildade de que é necessário ter para reconhecer que ainda há muito trabalho para fazer”, acrescentou o responsável.
Adalberto Campos Fernandes realçou que o atual Governo está a “dar passos muitos importantes na direção adequada”, mas reconheceu que “há muito trabalho a fazer” e que os próximos dois anos “permitirão ainda resolver muito dos problemas”.