A Comissão Europeia negou esta quarta-feira ter oferecido um acordo comercial aos Estados Unidos a troco de ficar isenta das taxas alfandegárias à importação de aço e alumínio, e assegurou que só encetará conversações quando a isenção comunitária for permanente.
Não oferecemos nada aos Estados Unidos, não vamos oferecer-lhes nada até ficarmos isentos das taxas que consideramos não cumprirem as regras da Organização Mundial do Comércio”, garantiu a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, em conferência de imprensa, em Estrasburgo (França).
A comissária sueca respondeu assim à pergunta de um jornalista sobre eventuais conversações entre Washington e Bruxelas para alcançar um acordo comercial limitado, que abrangesse unicamente bens industriais e contratação pública, uma possibilidade que Malmstrom rejeitou.
“Estamos sempre dispostos a falar sobre barreiras ao comércio, mas em nenhuma circunstância vamos negociar nada sob pressão, sob ameaças”, reforçou.
A comissária responsável pela pasta do Comércio disse que a prioridade do executivo comunitário é conseguir a isenção “incondicional e permanente” das taxas alfandegárias às importações de aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, que não afetarão a União Europeia, pelo menos, até a 1 de maio, o prazo limite fixado pelo governo de Donald Trump para decidir se prolonga as isenções anunciadas em 23 de março.
“Ainda não recebemos nenhuma garantia, mas as conversações prosseguem. Primeiro, precisamos de uma isenção incondicional e permanente, e, só então, quando esteja confirmado pelo presidente [dos Estados Unidos], poderemos continuar a falar de qualquer outra coisa que queiram falar”, acrescentou.
Malmstrom indicou ainda que qualquer início de diálogo comercial requereria o mandato do Conselho Europeu. O presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu aplicar taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio, mas optou por deixar de fora, ainda que temporariamente, a UE.