O Facebook foi acusado de ameaçar os valores da democracia pela Open Society Foundations — uma associação sem fins lucrativos criada em 1993 pelo magnata George Soros com o objetivo de dar suporte financeiro a causas sociais relacionadas com a educação, saúde pública, justiça e órgãos de comunicação social independentes — após ter sido publicado um artigo no New York Times que alega que a rede social está envolvida numa campanha de difamação contra o filantropo húngaro-americano.

De acordo com o Financial Times, a polémica surgiu entre algumas franjas políticas e empresariais, quando na passada quarta-feira o New York Times publicou um artigo no qual referiu que o Facebook tem vindo a adotar políticas pouco ortodoxas de disseminação de desinformação através desta rede social.

Consta ainda no artigo que a rede social permitiu à Definers Public Affairs, uma consultora com tendências republicanas, espalhar informação falsa sobre a concorrência e sobre George Soros, como estratégia para manipular e distrair a opinião pública.

O Financial Times avança que o presidente da Open Society Foundation, Patrick Gaspard, reagiu indignado dizendo que é uma situação “repreensível”, “distrativa” e “perigosa”, tendo ainda enviado uma carta à responsável administrativa do Facebook afirmando que “é triste ver como falhou no seu trabalho de monitorização do ódio e da desinformação que circulam na plataforma” — carta essa que está também publicada no seu Twitter oficial, como pode verificar abaixo:

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Na verdade, este episódio é mais um na lista de polémicas em que a rede social gerida por Mark Zuckerberg se envolve. Em 2016, após as eleições americanas, verificou-se que a plataforma serviu como mecanismo para a disseminação de fake news, e mais tarde, em 2018, com o escândalo da Cambridge Analytica, confirmou-se que a campanha de Donald Trump usufruiu da informação que a rede social lhe providenciou.

Embora esta não seja a primeira vez que Soros é o protagonista de fake news, Patrick Gaspard aproveita a ocasião para advertir para o perigo do investimento da ala conservadora em espalhar teorias das conspiração sobre pessoas com relevância mediática que não partilhem as mesmas inclinações políticas, através das redes sociais.

Gaspard refere que são “este tipo de ações [por parte das alas conservadoras] que demonizaram Soros” e que em último caso contribuíram para a entrega de uma bomba em sua casa, tal como aconteceu recentemente a várias outras figuras públicas nos Estados Unidos da América.

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