O conselheiro de segurança nacional do Presidente dos Estados Unidos afirmou este domingo em Jerusalém que a retirada militar norte-americana da Síria está condicionada pela derrota dos remanescentes grupos do Estado Islâmico (EI) e pelo compromisso da Turquia.
John Bolton vincou que não há um calendário para a saída da presença norte-americana no nordeste da Síria, mas insistiu que não se trata de um compromisso ilimitado.
“O calendário mediante as decisões políticas que precisamos implementar”, frisou Bolton, referindo que, além da anulação dos grupos do EI ainda ativos, a Turquia tem de assegurar a segurança dos combatentes curdos aliados dos Estados Unidos.
As declarações do conselheiro de segurança nacional de Trump constituem a primeira confirmação pública de que a retirada foi retardada, depois de críticas generalizadas de aliados dos Estados Unidos, com um contingente de cerca de dois mil soldados estacionados na Síria.
Estas tropas, essencialmente forças especiais, estão no terreno para combater o grupo que se designa por EI e têm igualmente como missão formar agrupamentos locais nas zonas recuperadas àqueles milicianos.
A decisão presidencial levou à demissão do secretário de Estado da Defesa, Jim Mattis, e já foi criticada por alguns altos responsáveis do Partido Republicano.
Também o enviado dos Estados Unidos para a coligação anti-EI, Brett McGurk, se demitiu em desacordo com Trump sobre a retirada norte-americana.
A coligação anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, é integrada por mais de 70 países.
Vários dirigentes militares norte-americanos multiplicaram os alertas contra uma retirada precipitada, que deixaria o caminho aberto na Síria aos aliados do regime de Bashar al-Assad, bem como à Federação Russa, grande rival dos EUA, e ao Irão, inimigo de estimação do Governo de Donald Trump.
Na terça-feira, o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, inicia uma visita ao Médio Oriente, para discutir a retirada militar da Síria, além de outras questões como o conflito no Iémen.