Mais de 15000 pessoas protestaram este domingo, em Moscovo, contra a lei aprovada no Parlamento que pretende desconectar a Rússia da rede global de Internet em casos de “crise” ou de “ameaça da segurança nacional”. O protesto, organizado pelo Partido Libertador, chegou como uma “forma de esperança” para que a proposta não seja aprovada completamente, diz Serguéi Boikó, líder da manifestação. Uma segunda votação da proposta da lei está marcada para o próximo dia 13 de março.

Putin admite hipótese de a Rússia se desconectar da internet global

A manifestação foi convocada e organizada pelo Partido Libertador, com 16 pessoas a serem detidas durante o decorrer do protesto. Porém, segundo a organização, o movimento foi um sucesso em termos de alcance, uma prova dada por quem não quer a aprovação desta nova lei. Por entre os vários motivos, surgem alguns convergentes, como a limitação da liberdade de expressão. Mas, segundo Serguéi Boikó, esta lei tem mais implicações societárias do que a limitação dessa liberdade: “Graças à Internet, surgiram pessoas livres e políticos independentes, coisa que o Parlamento e as autoridades não vêm com bons olhos”.

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Segundo os autores do projeto-lei, será possível ao Governo russo, com a aplicação da lei, “minimizar o fluxo de dados trocados por utilizadores russos com o exterior”. Para além disso, e em caso de ameaças externas, os operadores de comunicação seriam obrigados a garantir a “gestão centralizada do tráfego”. Ou seja, tal gestão seria controlada pelo Estado.

O presidente russo, Vladimir Putin, já tinha admitido na semana passada a possibilidade de a Rússia deixar de estar conectada globalmente na internet, se houver ameaças externas à segurança nacional. Uma possibilidade que já foi aprovada numa primeira fase e que está agora cada vez mais perto de se realizar. Também na semana passada o Governo russo aprovou uma lei que condena todos os que façam comentários online que desrespeitem o Governo, os seus oficiais ou Vladimir Putin.

Rússia. Parlamento aprova lei que condena publicações online “desrespeitosas” sobre o Governo