O presidente do Partido Nacional Renovador (PNR) propôs uma redução do IVA máximo para acabar com a “autêntica máquina trituradora de impostos” que é o Estado e afirmou que quaisquer coligações depois das eleições legislativas “estão fora de questão”.
“Portugal não se desenvolve mais porque este Estado, que é uma autêntica máquina trituradora de impostos, cai em cima de tudo quanto mexe”, vincou José Pinto Coelho, em entrevista à agência Lusa no âmbito das legislativas de 6 de outubro.
O também cabeça de lista por Lisboa considerou que a quantidade de impostos que os portugueses pagam “é absolutamente sufocante” e, por essa razão, o PNR propõe a redução da “taxa do IVA máximo para 19%”. Na opinião do dirigente partidário, esta “seria uma boa medida para reanimar o mercado e conferir as pessoas mais poder de compra”.
José Pinto Coelho sublinha também que é intenção do partido eleger pelo menos um deputado. “O nosso objetivo é entrar na Assembleia da República (AR), esse seria um bom resultado”, explicou, completando que “se isso não suceder, qualquer crescimento inequívoco [em relação a eleições anteriores]” já é positivo.
No entanto, as coligações estão fora dos planos do partido. “Não haveria a menor possibilidade de haver coligações”, vincou, uma vez que “há um fosso muito grande que separa a mundivisão do PNR com a mundivisão de todos os outros partidos”.
José Pinto Coelho sublinhou que as restantes forças políticas “de uma forma, ou de outra, entendem-se”, cenário que não se coloca em relação ao Partido Nacional Renovador por ser, “efetivamente, diferente de todos”. “Basta ver o que é em França. Marine Le Pen de um lado e todo o sistema francês, desde a extrema-esquerda ao centro-direita, do outro”, sustentou.
No entanto, o cabeça de lista por Lisboa assume a possibilidade votar, “pontualmente, algumas leis” com as quais o partido esteja de acordo, independentemente do partido que proponha o diploma.
José Pinto Coelho utilizou como exemplo da abertura do PNR a propostas de outras forças políticas, desde que vão ao encontro das bandeiras do partido, a questão da requisição civil durante a última greve dos motoristas de matérias perigosas. “O Governo foi crucificado por causa da questão da requisição civil. Nós apoiámos. O Governo não tinha alternativa”, explicou, acrescentando que é necessário rever e “restringir, claramente, o direito à greve e restringir o âmbito de atuação dos sindicatos, que se têm comportado como autênticos incendiários”.
Apesar de enaltecer esta decisão, José Pinto Coelho considerou que a governação socialista apoiada na maioria parlamentar à esquerda fez o país “apodrecer por dentro, sem manutenção” e “sem investimento”.
O nacionalista argumentou que o executivo liderado por António Costa “anda a empurrar com a barriga, anda a adiar os grandes problemas” de Portugal, antecipando que o país vai “dar um grande estouro” mais cedo, ou mais tarde. “Estou convencido de que este Governo está a cavar-nos um buraco muito fundo e os portugueses ainda não se aperceberam disso”, vincou.
São ainda medidas do PNR o “combate à criminalidade, à corrupção”, a revisão das “leis de imigração e nacionalidade e imigração descontrolada, a defesa da identidade, o combate à islamização” e a revisão da subvenção estatal atribuída aos partidos.
“Essa subvenção deve ser muito mais baixa, devia ser reduzida para um terço daquela que é hoje em dia e devia abranger todos os partidos [atualmente apenas abrange os partidos que tenham obtido pelo menos 50 mil votos nas eleições à AR]”, rematou.