Uma rede transnacional de fraude no IVA com carros usados foi desmantelada no âmbito da operação “Netto Price”, anunciou a Guarda Nacional Republicana (GNR) em comunicado esta quarta-feira. Segundo a GNR, as empresas procediam à “emissão massiva de faturação falsa com o intuito de permitir a outros operadores obter indevidas deduções e reembolsos de IVA, bem como a obtenção ilícita de fundos europeus para o desenvolvimento”.

“A investigação, que decorre há aproximadamente dois anos, desenvolvida pelo Destacamento de Acção Fiscal do Porto, sob a direção do DCIAP, identificou uma rede transnacional dedicada a admissão de veículos usados, matriculados em diferentes Estados-Membros da União Europeia, recorrendo a esquemas de triangulação de faturação no intuito de sonegar o IVA legalmente devido ao Estado português e ao suborno de funcionários intervenientes na legalização dos veículos”, escreve a GNR na nota enviada às redações.

Segundo o comunicado, os arguidos conseguiram “obter uma vantagem patrimonial ilegítima de pelo menos 5 milhões de euros, encontrando-se indiciados a prática dos crimes de fraude qualificada, associação criminosa, branqueamento, corrupção ativa e passiva, prevaricação e denegação de justiça e fraude na obtenção de subsídio”.

Com o apoio da Europol e da Eurojust, a Unidade de Ação Fiscal está a cumprir, sob a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “63 mandados de busca domiciliários e 42 não domiciliários em território nacional, sete mandados de busca domiciliários no Reino-Unido, seis mandados de busca domiciliários na Alemanha, dois mandados de busca não domiciliários na Letónia, 10 mandados de detenção fora de flagrante delito, quatro mandados de detenção europeus”. Além disto, vai ainda congelar 72 contas bancárias e instrumentos financeiros em território nacional e no Reino Unido.

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