A Amazon terá despedido duas trabalhadoras por terem criticado as condições de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Emily Cunningham e Karen Costa trabalhavam como designers na sede da empresa em Seattle, e terão sido dispensadas depois de terem “violado constantemente as políticas internas”, referiu o porta-voz da multinacional, Drew Herdener, em comunicado.
De acordo com o The Washington Post, que avançou com a notícia, Cunningham e Costa fazem parte do Amazon Employees for Climate Justice, um grupo que tem criticado abertamente as políticas ambientais da empresa e que já tinha recebido um aviso por causa disso. A política de comunicação externa da Amazon proíbe os seus empregados de fazerem comentários públicos sem a aprovação da direção. No mesmo comunicado, Herdener disse: “Apoiamos o direito de todos os trabalhadores de criticarem as condições de trabalho, mas isso não lhes dá imunidade contra todas políticas internas”.
As duas designers comentaram recentemente no Twitter a falta de segurança e de condições de trabalho dos seus colegas na Amazon. O novo coronavirus foi detetado em pelo menos 74 armazéns da empresa nos Estados Unidos, o que levou a alguns pequenos protestos por parte dos trabalhadores. De acordo com a Reuters, tem havido também algumas manifestações de desagrado noutros países.
O despedimento de Emily Cunningham e Maren Costa acontece algumas semanas depois de a Amazon ter despedido um outro empregado, Christian Smalls, por alegadamente ter posto em causa as medidas de segurança adotadas durante a pandemia. O presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, ordenou a abertura de uma investigação às alegações de Smalls pela Comissão dos Direitos Humanos da cidade. Cinco advogados democratas escreveram ainda uma carta à Amazon pedindo explicações.