O PCP admitiu esta sexta-feira que a “brutal queda” do PIB, anunciada pelo INE, é um efeito da epidemia de Covid-19, mas também culpou o Governo pelas medidas “erradas, limitadas e insuficientes” para dar resposta à crise.

Esta “brutal queda” é “naturalmente consequência económica da epidemia”, mas também resulta “das erradas, limitadas e insuficientes medidas tomadas pelo Governo para responder à situação, em geral acompanhado pelo PSD e restante direita”, de acordo com uma nota do dirigente do PCP Agostinho Lopes, divulgada em vídeo pelo gabinete de imprensa do partido.

De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 16,5% no segundo trimestre do ano face ao mesmo período de 2019, devido aos efeitos económicos da pandemia de Covid-19.

No trimestre em que se registou a maior queda de sempre do PIB em termos homólogos face ao ano anterior, a queda em cadeia – relativamente ao primeiro trimestre do ano – foi de 14,1%, adiantou também o INE.

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O ex-deputado aponta três explicações para esta quebra, a começar pelo “contributo negativo da procura interna”, o que, para o PCP, aponta para “o erro” que foi a “adoção do layoff e o insuficiente combate aos despedimentos, fruto do oportunismo de algum grande patronato traduzido numa quebra de salários e logo do poder de compra das famílias”.

Outra das explicações, segundo o dirigente do comité central dos comunistas, relaciona-se com “as limitadas e insuficientes medidas” adotadas pelo executivo, incluindo “as restrições de acesso para o apoio de milhares de micro, pequenas e médias empresas que se viram sem vendas e receitas” devido à “drástica redução ou encerramento da sua atividade”.

Em terceiro lugar, para Agostinho Lopes, é preciso ter em conta “as falhas e incapacidades do Governo na dinamização do investimento público”, nomeadamente através das autarquias locais.

E alertou que “a insistência do Governo nestas opções”, como o dirigente comunista disse ter acontecido “com as medidas do último Conselho de Ministros, só pode continuar a agravar o cenário negro agora evidenciado pelos números do INE.