De um total de 1.500 centros de dia tutelados pela Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade e pela União das Misericórdias Portuguesas, são “menos de metade” os que estão atualmente a funcionar, depois de a Direção-Geral de Saúde ter autorizado a reabertura destas respostas sociais a 15 de agosto. A contagem é feita por Lino Maia, presidente da primeira, e corroborada por Manuel Lemos, responsável máximo pela segunda: “Reabriram sobretudo os que funcionam de forma independente de outras respostas sociais”.
Não existe um número oficial — contactado pelo Jornal de Notícias, que esta quinta-feira avança a notícia, o Ministério da Segurança Social não revelou quantos centros de dia permanecem ao certo encerrados em todo o País. Ainda assim, explicaram àquele jornal vários especialistas, as consequências já começam a ser visíveis, e têm culminado em alguns casos no internamento de idosos em lares.
“Esta alteração pode implicar uma redução significativa na capacidade funcional e um agravamento do estado cognitivo e emocional. Pode até exacerbar alguns sintomas neuropsiquiátricos já existentes”, explicou Óscar Ribeiro, professor da Universidade de Aveiro e investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).
“Houve pessoas que, face ao declínio do estado de saúde, acabaram mesmo por ter que integrar os nossos lares”, confirmou Carla Cidade, coordenadora de um centro da Misericórdia em Vila Nova de Gaia.