As autoridades de saúde norueguesas reportaram poucos casos de infeção em estabelecimentos de ensino escolar e pré-escolar. As conclusões estão em linha com o que tem sido identificado noutros países, disse Margrethe Greve-Isdahl, médica-chefe no Instituto de Saúde Pública da Noruega. A médica acrescenta que a atenção dada aos casos de infeção ou quarentena de alunos ou profissionais dos estabelecimentos de ensino dá uma falsa ideia de que há uma grande disseminação do vírus nas escolas e jardins de infância.

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três conclusões principais das autoridades norueguesas que também estão em linha com o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), publicado no início de agosto, que, com base nos dados conhecidos na altura, concluía que ainda não tinha sido demonstrado que a reabertura dos estabelecimentos de ensino estivessem associados a aumentos significativos na transmissão comunitária (fora da escola).

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  1. A maior parte dos casos reportados nas escolas e jardins de infância na Noruega dizem respeito a infeções que aconteceram fora da escola.
  2. As crianças e alunos são normalmente infetados por adultos no agregado familiar ou outros adultos com quem tenham contacto próximo.
  3. As infeções entre funcionários nos estabelecimentos de ensino são mais comuns do que entre alunos.

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Em quase nove mil estabelecimentos de ensino, 96 registaram casos de infeção com o SARS-CoV-2 — destes, apenas 13 com mais de três casos entre os alunos —, entre 1 de junho e 1 de outubro. Na verdade, segundo o levantamento da equipa norueguesa de deteção de infeções só houve duas situações com mais de 20 casos.

Numa escola de Lillestrøm, em junho, nove funcionários, 15 alunos e 15 contactos próximos testaram positivo para o coronavírus, mas a investigação à origem das infeções mostrou que tinha havido duas ou três introduções em simultâneo. “A análise do vírus (sequenciação genética) sugere que pode ter havido duas ou três introduções do vírus, o que pode refletir a disseminação da infeção na comunidade local próxima da escola naquele momento”, lê-se no relatório sobre o surto. Noutra situação em agosto, em Lillehammer, 24 alunos e um professor foram infetados, mas os alunos viviam todos num internato e as infeções foram registadas antes de o novo ano letivo começar.

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A Noruega, à semelhança de outros países, encerrou os estabelecimentos de ensino no início da pandemia, a 13 de março. A partir de 7 de abril fez uma reabertura gradual de jardins de infância e escolas, usando um sistema de semáforo para as medidas a implementar. Todas as escolas, até 2 de junho, estiveram no nível vermelho, o mais alto, e depois disso passaram para o nível amarelo.

Para perceber o papel das crianças na transmissão do coronavírus, o Instituto de Saúde Pública norueguês vai fazer um estudo com as crianças dos estabelecimentos escolares entre os dois e os 16 anos. Se se verificar que as crianças e as escolas representam um risco reduzido de transmissão do vírus, as medidas restritivas poderão ser aliviadas.

Desde o início da pandemia, a Noruega registou menos de 17 mil casos e cerca de 280 mortes. Tal como muitos países na Europa, registou um aumento no número de casos diário no início de setembro, mas têm-se mantido estável e ainda não bateu o recorde de novas infeções de março (399, segundo o Worldometer).