Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte atribui a origem do surto de legionella na zona de Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, existente desde o dia 29 de outubro, às torres de refrigeração de uma fábrica, em Matosinhos, sem, no entanto, adiantar qual.

“Desde que foi suspenso o funcionamento das referidas torres de refrigeração, verificou-se uma diminuição acentuada do número de casos de Doença dos Legionários, na referida área geográfica. Decorridos 14 dias, período de incubação da referida doença, não ocorreu nenhum novo caso de doença”, sublinha a ARS do Norte este domingo, acrescentando que os últimos dois casos notificados na passada sexta-feira, “correspondem a doentes cujo início de sintomas se verificou na primeira quinzena de novembro”.

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O surto de legionella na região norte já matou 10 pessoas e fez 88 infetados, no entanto, a ARS do Norte admite que é possível que surjam novos casos. “Tendo em conta que a Legionella é uma bactéria ubíqua, é expectável que surjam novos casos, não associáveis a este cluster”, refere.

“As Autoridades de Saúde locais, em articulação com a Autoridade de Saúde Regional, continuam atentos a esta situação e tomarão as medidas adicionais que se revelem necessárias ao controlo da situação, em estreita colaboração com a Direção-Geral da Saúde”, conclui o documento.

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Na semana de passada, as autoridades de saúde confirmaram que foi detetada a presença de ‘legionella’ numa das torres de refrigeração do centro de distribuição da empresa de laticínios Longa Vida, em Matosinhos. A empresa revelou na altura, em comunicado, que tinha “desligado preventivamente” o equipamento e garantiu não ter recebido “informação sobre a correlação entre a presença desta bactéria” nas torres de refrigeração e a origem do surto que atingiu o norte do país.

“Cumprindo as indicações da autoridade de saúde e na sua presença, a título preventivo, a Longa Vida desligou no dia 11 de novembro as suas torres de refrigeração e as mesmas mantêm-se desligadas desde então“, pode ler-se.

Este domingo, após o comunicado da ARS do Norte, a empresa de Matosinhos voltou a sublinhar não ter recebido “nenhuma notificação, de qualquer autoridade, que a informe sobre o estabelecimento de uma correlação entre a bactéria detetada nas torres de refrigeração do seu centro de distribuição e as pessoas afetadas por este surto”, presumindo que “as investigações continuam”.

Artigo atualizado, pelas 13h20, após o esclarecimento da empresa Longa Vida.