O Sindicato de Todos os Professores (STOP) defendeu esta quarta-feira que o Ministério da Educação deveria uniformizar os procedimentos a cumprir nas escolas em relação à pandemia, considerando que parece haver escolas de primeira e outras de segunda.

“Tem que haver uma uniformização dos procedimentos relativamente à pandemia, igual ou semelhante em todo o país”, afirmou o coordenador nacional do STOP, André Pestana, que falava à agência Lusa à margem de uma concentração junto à Escola Básica 2.º e 3.º ciclos Inês de Castro, em Coimbra.

O STOP convocou uma greve de docentes e não docentes para esta semana, que termina na sexta-feira, sendo que a Escola Inês de Castro fechou esta quarta-feira devido à greve.

As razões da greve prendem-se com as condições de trabalho e com a forma como está a ser tratada a pandemia nos estabelecimentos de ensino.

André Pestana notou que as medidas de controlo da pandemia variam de estabelecimento para estabelecimento, havendo escolas com separadores acrílicos entre alunos, outras que medem a temperatura à entrada, mas “a maioria não tem este tipo de procedimentos”.

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Quando surgem infeções, há casos de escolas que encerram por completo, mas outras em que apenas os alunos infetados vão para casa, mantendo-se o ensino presencial sem realização de testes para os colegas e professores, “que continuam a dar aulas àquela turma como a outras”, salientou o dirigente sindical.

Tem de haver um protocolo minimamente uniforme, se não parece que há escolas de primeira e outras de segunda”.

Segundo André Pestana, são necessários também mais assistentes operacionais e com melhores condições de trabalho e de remuneração, assim como mais professores.

“Há assistentes operacionais que trabalham há 30 anos e recebem o mesmo que outros que entraram agora. Isso é uma total desconsideração para com estes profissionais, que estão exaustos e desmotivados”, vincou, salientando a importância do papel destes trabalhadores numa situação de pandemia, ao assegurarem a limpeza e higienização dos estabelecimentos.

Para o coordenador do STOP, o Governo “tem de definir as suas prioridades”.

O Governo é muito célere a arranjar milhares de milhões para tapar buracos da banca, mas para a saúde e para a educação, que serve a esmagadora maioria da população, parece que há sempre desculpas para não investir”.

André Pestana recordou ainda que “há cerca de 30 mil alunos que estão desde setembro sem professor a uma ou mais disciplinas”, considerando que é necessário contratar mais professores, mas também tornar a carreira docente mais atrativa.

Apesar de as escolas terem estado encerradas nos primeiros dois dias da semana, a greve convocada pelo STOP manteve-se, decorrendo até sexta-feira.

Questionado sobre a adesão à greve, André Pestana referiu que, sendo um sindicato recente, não tem indicação de quantas escolas fecharam esta quarta-feira, mas acredita que outros estabelecimentos vão encerrar, à imagem do que aconteceu na Escola Inês de Castro, em Coimbra.