O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, admitiu esta quarta-feira, não poder comprometer-se com datas para o início da vacinação contra a Covid-19 no arquipélago, embora garanta que o problema não é falta de financiamento.

“É um processo. Não posso honestamente dizer que no primeiro trimestre já teremos a vacina. Eu gosto de falar quando temos essa certeza. Não temos essa certeza”, afirmou o ministro, questionado pelos jornalistas durante uma deslocação ao município de Santa Catarina, ilha de Santiago.

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou anteriormente que a vacina contra a Covid-19 chegará a Cabo Verde no primeiro trimestre de 2021 e o que o financiamento para a sua aquisição está garantido. Contudo, o ministro de Saúde reconhece que há “um problema a nível mundial”, de resposta dos fabricantes à procura internacional, o que condiciona o processo.

“O problema não são os recursos financeiros, já os conseguimos mobilizar. Estamos a fazer os contactos diplomáticos e não só. E vamos aguardar serenamente”, acrescentou.

De acordo com Arlindo do Rosário, Cabo Verde conta ter acesso a uma vacina contra a Covid-19 através da plataforma Covax –promovida pela Organização Mundial da Saúde e pela Aliança para as Vacinas -, que deverá garantir doses para os grupos de maior risco, aproximadamente 20% da população do arquipélago.

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Além disso, explicou, o Governo cabo-verdiano está em “contactos bilaterais” para garantir mais quantidades da vacina.

Cabo Verde pretende iniciar a vacinação contra a Covid-19 no primeiro trimestre de 2021, anunciou em 15 de dezembro o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, numa mensagem ao país.

“Estamos a envidar todos os esforços para que a vacinação contra a Covid-19 se inicie durante o primeiro trimestre do próximo ano. O Plano Nacional de Vacinação já foi aprovado pelo Governo e será apresentado publicamente brevemente”, afirmou o chefe do Governo.

Numa declaração anterior, no início de dezembro, Ulisses Correia e Silva tinha avançado que o Governo já começou o processo de seleção das várias vacinas no mercado. O arquipélago conta com uma população estimada de cerca de 600 mil habitantes.

“Aquilo que temos já mais adiantado é o processo de financiamento”, apontou Ulisses Correia e Silva, referindo-se aos cinco milhões de dólares (4,18 milhões de euros) do Banco Mundial, anunciados em 27 de novembro pelo vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia.

Além desse valor, o também ministro das Finanças disse que o Governo está a analisar a possibilidade de mobilizar mais 15 milhões de dólares (12,5 milhões de euros) ao nível de um programa da sub-região da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

“Com esses montantes, 20 milhões de dólares americanos, vamos conseguir garantir a vacinação para todos os cabo-verdianos”, garantiu o ministro na altura.