A Polícia Judiciária (PJ) fez buscas esta quarta-feira em casa do pirata informático Redlive13, confirmou ao Observador a fonte ligada ao processo. De acordo com o que o hacker afirmou no Twitter, foram-lhe apreendidos um computador e quatro telemóveis por ter exposto na internet os cursos de criptomoedas de 400 euros do youtuber Diogo Figueiras, conhecido como Windoh. O pirata informático já foi constituído arguido pelos crimes de acesso ilegítimo e difamação, informou a mesma fonte.

Como noticiou o Observador no início deste mês, Windoh apresentou uma queixa na PJ depois de Redlive13 ter acedido indevidamente ao site e conteúdos da Blvck Network, a empresa que o youtuber utilizava para vender os cursos de criptomoedas.

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Ao Observador, o pirata informático afirmou que agentes da PJ apareceram na sua residência às 7h00 desta quinta-feira, tendo, além dos equipamentos já referidos, também levado dois monitores. De acordo com Redlive13, como prefere ser conhecido, foi-lhe dito que se revelasse o que aconteceu que um agente entraria em contacto “pessoalmente”.

Windoh diz que recebe ameaças de morte. Empresa de cursos de criptomoedas não está registada na CMVM

Na sexta-feira, depois de Windoh ter afirmado que, devido à polémica que este caso criou, recebeu ameaças de morte, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgou um comunicado a afirmar que a Blvck Network “não está autorizada nem registada junto da CMVM para o exercício de qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal”.

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Além de Windoh, outros youtubers, como Numeiro ou DavidGTY, estão envoltos em críticas devidos aos cursos e projetos que lideram e que prometem ajudar os seguidores a ganhar dinheiro através de criptomoedas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou no início do mês que abriu um inquérito para investigar “uma participação relacionada” com o caso do youtuber Windoh, que envolve “vários nomes e factualidades”.

A PGR esclareceu esta quinta-feira ao Observador que “o inquérito aberto no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa teve como origem uma participação recebida na Procuradoria-Geral da República”. Contudo, “foi entretanto, noticiada uma outra participação recebida na Polícia Judiciária. Esta participação deu origem a um inquérito que corre termos no DIAP de Loures”. Esta última participação será decorrente da queixa de Diogo Figueiras sobre os atos de Redlive13, já a primeira estará relacionada com a promoção e venda de cursos e produtos de criptoativos feitos por youtubers.

*Notícia atualizada às 11h53 de 18 de março com a resposta da PGR quanto à existência de dois inquéritos.